CORINGA​

Da Redação ·
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O mundo é um lugar frio, sujo e totalmente sem empatia.

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As pessoas querem passar por cima umas das outras. Pisar seus sapatos sujos na cara de quem estiver em seu caminho. Não há dó, nem piedade. Quanto mais mais forte o pisão, maior o sentimento de superioridade.

Um comportamento imposto pela sociedade massacrante ou um pedaço fundamental da natureza humana? Não importa. Como dizem, de boas intenções o inferno está cheio

O que conta mesmo é o que realmente acontece. E a conclusão é: crueldade. Não há espaços para sorrisos, ou mesmo gargalhadas. Apenas tristeza.

Este é o cenário de Gotham. O lugar perfeito para alguém, com uma saúde mental debilitada, entrar em colapso.

Foi assim que Arthur Fleck quebrou.

Ele gostava de trabalhar como palhaço para uma agência de talentos. Porém, o clima hostil da cidade não facilitava muito as coisas. Toda semana, Arthur visitava uma assistente social para que, de certa forma, pudesse "tratar" de seus problemas mentais que, conforme os anos passaram, foram se agravando.

Até que ele é demitido. Sua única fonte de renda se vai. Arthur não aguenta, sua mente trinca. Depois sua mãe, da qual ele cuidava há algum tempo, tem um infarto. Ele racha.
 
A mistura de diversos acontecimentos, e revelações, à falta de amparo social e seu problemas crescentes é radioativa, entra em fusão e explode. Ele quebra.

Arthur morre. Nasce o Coringa.

 

CORINGA​
Foto por Reprodução


Dirigido e escrito por Todd Phillips, em sua primeira experiência dramática, Coringa é um drama americano de 2019. O elenco conta com Joaquin Phoenix, como Arthur Fleck/Coringa, Robert De Niro, como Murray Franklin, Zazie Beetz, como Sophie, Frances Conroy, como Penny Fleck, e Brett Cullen, como Thomas Wayne.

O que dizer de um filme que, mesmo com pouco tempo de vida, já é cogitado a um dos melhores de 2019? Fotografia, trilha sonora, roteiro, todos maravilhosos, aliados à atuação impecável de Joaquin Phoenix faz de Coringa um clássico contemporâneo.

Perigosamente violento, o longa questiona as posições sociais, os privilégios da camada mais rica e, principalmente, a compreensão de um problema psicológico.

Não que isso sirva de desculpa para suas ações. Nada justifica. Porém, uma frase em especial dá um tapa na cara de cada telespectador, que diz "A pior parte de se ter uma doença mental é que as pessoas ao seu redor esperem que você se comporte como se não tivesse".

 

Acho que ela, por si só, já nos traz um bocado de questionamentos e, até mesmo, culpa. O quanto nossa sociedade real se difere de Gotham? Não muito. E este é o problema.

Um filme incrível, que já entrou para a história do cinema. Gosta de histórias em quadrinhos? Vá ver. De cinema? Veja também. Não existem motivos para perder Coringa.
 
O palhaço está solto.