A vereadora de Cambira, Aline dos Santos Macedo, presa no último dia 23 de abril durante operação da Polícia Civil do Paraná (PCPR) que apura lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, pediu afastamento do cargo pelo prazo de 30 dias para resolver questões particulares. O requerimento foi enviado por intermédio do advogado Raphael Chamorro, responsável pela defesa da parlamentar.
De acordo com o vereador Rodrigo Rodrigues (MDB), presidente da Câmara de Cambira, o afastamento foi oficializado na sexta-feira (3) e publicado no Diário Oficial do município nesta segunda-feira (6). A vereadora ficará o período afastada sem direito à remuneração. "Ela irá receber o salário referente apenas até o dia 22 de abril", informou o presidente ao TNOnline.
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Conforme informações apuradas pela reportagem, Aline Macedo segue presa em Londrina (PR), com direito à cela especial por ser vereadora. O advogado Raphael Chamorro afirmou em entrevista que o requerimento de afastamento é autorizado pela lei do município de Cambira. O marido dela, que também foi preso durante a operação, está detido no minipresídio de Apucarana.
O advogado informou também que um pedido de liberdade provisória foi feito um dia após a prisão da vereadora, em 24 de abril. A Justiça já analisa o pedido e, segundo Chamorro, eles acreditam que Aline estará solta após o prazo de 30 dias de afastamento. De acordo com o presidente da Câmara, caso isso aconteça, a parlamentar "não tem impedimento" para retornar às atividades.
Presa durante a operação
A vereadora Aline dos Santos Macedo, eleita em 2020 pelo PSC, foi uma das pessoas presas durante operação que apura lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em três postos de combustíveis de Apucarana, Borrazópolis e São João do Ivaí, além de um mercado e um estacionamento em Cambira.
O marido dela também foi preso em operação comandada pelo delegado da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), Ricardo Casanova. No total, seis pessoas foram detidas: três em Cambira e três em Londrina. Foram duas prisões preventivas e quatro prisões temporárias. Os demais presos seriam "laranjas", segundo a investigação.
Aline do Abobrinha, como é conhecida, foi a vereadora mais votada de Cambira em 2020, com 319 votos. Ela e o marido são proprietários de um mercado muito conhecido na cidade.
De acordo com o delegado Ricardo Casanova, a vereadora e o marido dela seriam os chefes do grupo criminoso, que teria movimentado mais de R$ 20 milhões em 8 anos.