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Lavagem de dinheiro

Vereadora de Cambira e marido estão entre presos de operação

Segundo delegado da Denarc, Ricardo Casanova, casal usava posto de combustível, mercado e estacionamento para lavar dinheiro do tráfico de drogas

Da Redação

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Delegado da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), Ricardo Casanova
Icone Camera Foto por TNOnline
Delegado da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), Ricardo Casanova
Escrito por Da Redação
Publicado em 23.04.2024, 13:50:00 Editado em 25.04.2024, 13:36:09
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Três postos de combustíveis da região eram usados para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, de acordo com o delegado da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), Ricardo Casanova. Um estabelecimento fica em Apucarana, outro em Borrazópolis e o terceiro em São João do Ivaí. Além desses estabelecimentos, um mercado e um estacionamento de Cambira também eram utilizados no esquema, alvo de operação da Polícia Civil do Paraná (PCPR) nesta terça-feira (23). No total, seis pessoas foram presas: três em Cambira e três em Londrina. Foram duas prisões preventivas e quatro prisões temporárias. Veja o vídeo abaixo.

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De acordo com a polícia, uma das investigadas ocupa o cargo de vereadora em Cambira. Aline dos Santos Macedo (PSC) e o marido dela seriam donos das empresas alvos da operação deflagrada. "São pessoas que a investigação aponta que teriam formado uma organização destinada à lavagem de dinheiro. Verificamos que todos os valores que entravam na conta dessas pessoas não tinham origem comprovada. Eles movimentavam em torno de R$ 6 milhões ao ano, e declaravam renda de em torno de R$30 mil", disse o delegado Ricardo Casanova.

- LEIA MAIS: Saiba quem é a vereadora de Cambira presa em operação da Polícia Civil

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O posto que foi alvo da operação em Apucarana fica no Distrito do Pirapó e tem como donos o casal de Cambira preso nesta terça-feira durante a operação. Ainda, conforme o delegado, cinco estabelecimentos comerciais tiveram mandados de busca e apreensão cumpridos, no total.

"Foram cinco estabelecimentos comerciais, alvos dessa operação, sendo três postos de gasolina, um mercado e um estacionamento de uma pessoa jurídica que pertencia ao casal. Mas hoje ela [a empresa] já está baixada, mas, mesmo assim, como nós verificamos alguma movimentação durante os trabalhos, acabamos pedindo busca desse local", disse.


						
							Vereadora de Cambira e marido estão entre presos de operação
Icone Camera Foto por Reprodução/Câmara Municipal de Cambira
Aline dos Santos Macedo (PSC) e o marido dela seriam donos das empresas alvos da operação
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A polícia também informou que os postos que foram alvo da operação já não estariam mais no nome do casal. No entanto, as investigações apontam que as empresas estariam em nome de laranjas.

"Acreditamos que a venda desses estabelecimentos tenha sido negócios simulados juridicamente, pois há indícios de que essas pessoas não adquiriram esses postos, mas simplesmente cederam seus nomes para que esses postos fossem registrados", salienta Casanova.

Durante a operação, a Polícia Civil identificou um apartamento avaliado em torno de R$ 2 milhões, no Residencial Vallence, na Praça Interventor Manoel Ribas, e uma SUV Land Rover, que teriam sido utilizados no esquema de lavagem de dinheiro. O veículo foi apreendido e o apartamento foi confiscado durante a operação.

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"Esse apartamento, que é bem grande, estava vazio, e o veículo Land Rover estava guardado no estacionamento do prédio e pertence ao casal de Cambira que prendemos durante a operação", destaca o delegado.

Durante a operação, foram apreendidos, além do veículo, diversos documentos ligados às empresas e aos investigados e também alguns celulares.

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"Apreendemos vários documentos que estavam nessas empresas e também aparelhos de celular, inclusive das pessoas presas. Esse material vai ser analisado nas investigações, que terão sequência agora", afirma.

Defesa

Em manifestação ao TNOnline por WhatsApp, a defesa nega que a prática investigada pela Polícia Civil tenha relação com o tráfico de drogas. "Embora não tenhamos acesso à investigação, podemos afirmar que não há nenhum envolvimento com tráfico de drogas, como vem sendo veiculado. Inclusive, em todas as entrevistas do delegado responsável pela investigação, Dr. Ricardo Casanova, jamais mencionou que as investigações envolvem ilícito de tráfico de drogas, mas tão somente possíveis inconsistências entre faturamento e declaração de renda", afirmou o advogado Raphael Chamorro, que defende o casal juntamente com Lucas Chamorro de Oliveira.

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Eles enviaram uma nota ao TNOnline:

"Como advogados de Aline dos Santos Macedo e Vilson Sebastião da Silva, atualmente sob custódia preventiva, desejamos informar à imprensa e ao público em geral o seguinte:

Até o presente momento, a defesa não teve acesso ao processo, que está sob segredo de justiça. Esta condição limita a nossa capacidade de tomar medidas mais assertivas e fundamentais para a defesa dos investigados.

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É importante destacar que Aline dos Santos Macedo e Vilson Sebastião da Silva colaboraram ativamente com as autoridades, prestando depoimentos esclarecedores aos fatos investigados pelo delegado que preside o inquérito. Tal cooperação é um testemunho de seu interesse em esclarecer todas as questões pertinentes o mais brevemente possível.

Nesse contexto, informamos que será protocolado um pedido de revogação das prisões preventivas em breve. A defesa acredita firmemente que os requisitos legais para a manutenção desta modalidade de prisão não se encontram presentes no caso em análise.

Confiamos que o Poder Judiciário, ao revisar nosso pedido, reconhecerá a ausência dos requisitos necessários para a manutenção da prisão preventiva e concederá a liberdade dos envolvidos".

A operação

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) cumpriu, ao todo, 27 ordens judiciais contra uma organização criminosa ligada a lavagem de dinheiro decorrente de tráfico de drogas. Estima-se que mais de R$ 20 milhões de origem ilícita foram movimentados pelos suspeitos. A ação acontece simultaneamente nos municípios de Apucarana, Londrina, Cambira, São João do Ivaí e Borrazópolis.

Dentre as ordens cumpridas estavam dois mandados de prisão preventiva, seis mandados de prisão temporária e 19 mandados de busca e apreensão. Além de medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes em contas bancárias e aplicações financeiras dos suspeitos.

As investigações de alta complexidade apontam que os suspeitos utilizavam diversas formas para dissimular a procedência dos ganhos financeiros de forma ilícita.

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