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Lavagem de dinheiro

Saiba quem é a vereadora de Cambira presa em operação da Polícia Civil

Aline dos Santos Macedo e o marido dela foram presos nesta terça-feira (23); eles são apontados com chefes de grupo criminoso

Da Redação

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Aline do Abobrinha foi a mais votada de 2020 em Cambira
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Aline do Abobrinha foi a mais votada de 2020 em Cambira
Escrito por Da Redação
Publicado em 23.04.2024, 15:07:43 Editado em 24.04.2024, 09:00:38
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A vereadora Aline dos Santos Macedo, eleita em 2020 pelo PSC, é uma das pessoas presas nesta terça-feira (23) durante operação que apura lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em três postos de combustíveis de Apucarana, Borrazópolis e São João do Ivaí, além de um mercado e um estacionamento em Cambira.

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O marido dela também foi preso em operação comandada pelo delegado da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), Ricardo Casanova. No total, seis pessoas foram detidas: três em Cambira e três em Londrina. Foram duas prisões preventivas e quatro prisões temporárias. Os demais presos seriam "laranjas", segundo a investigação.

-LEIA MAIS: Vereadora de Cambira e marido estão entre presos de operação

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Aline do Abobrinha, como é conhecida, foi a vereadora mais votada de Cambira em 2020, com 319 votos. Ela e o marido são proprietários de um mercado muito conhecido na cidade.

De acordo com o delegado Ricardo Casanova, a vereadora e o marido dela seriam os chefes do grupo criminoso, que teria movimentado mais de R$ 20 milhões em 8 anos. A reportagem do TNOnline tenta contato com a defesa da vereadora. Ao G1 Paraná, os advogados dos suspeitos informaram que não tiveram acesso ao processo e que vão entrar com pedido de soltura na Justiça.

O vereador Rodrigo Rodrigues (MDB), presidente da Câmara de Cambira, informou ao TNOnline que está em Brasília, participando de um evento, e que irá discutir a situação com o jurídico do Legislativo assim que retornar. "Eu tenho que, primeiro, saber o que foi o caso e daí vou sentar com os vereadores e o jurídico da Câmara, ver o regimento, para saber quais as providências que serão tomadas", disse.

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Após contato por telefone na terça-feira, o vereador enviou uma nota sobre o assunto nesta quarta-feira (24). Veja:

"Durante a manhã desta terça-feira, dia 23 de abril de 2024, a Câmara de Vereadores de Cambira, na pessoa do presidente, Rodrigo Rodrigues, tomou ciência - com surpresa e via imprensa - da notícia da prisão da vereadora Aline Santos Macedo (PSC), em virtude de ordem judicial, em processo que o Município e Poder Legislativo não fazem parte. Até a data de ontem (23), a Câmara Municipal de Cambira não fora notificada oficialmente pelos órgãos públicos envolvidos, motivo pelo qual atualmente se abstém de qualquer posicionamento ou juízo de valor, salientando, ainda, a necessidade de exercício de ampla defesa e contraditório para o melhor esclarecimento dos fatos".

A OPERAÇÃO

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Aline dos Santos Macedo e o marido dela seriam donos das empresas alvos da operação deflagrada. "São pessoas que a investigação aponta que teriam formado uma organização destinada à lavagem de dinheiro. Verificamos que todos os valores que entravam na conta dessas pessoas não tinham origem comprovada. Eles movimentavam em torno de R$ 6 milhões ao ano, e declaravam renda de em torno de R$ 30 mil", disse o delegado Ricardo Casanova.

O posto que foi alvo da operação em Apucarana fica no Distrito do Pirapó e tem como donos o casal de Cambira preso nesta terça-feira durante a operação. Ainda, conforme o delegado, cinco estabelecimentos comerciais tiveram mandados de busca e apreensão cumpridos, no total.

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"Foram cinco estabelecimentos comerciais, alvos dessa operação, sendo três postos de gasolina, um mercado e um estacionamento de uma pessoa jurídica que pertencia ao casal. Mas hoje ela [a empresa] já está baixada, mas, mesmo assim, como nós verificamos alguma movimentação durante os trabalhos, acabamos pedindo busca desse local", disse.

A polícia também informou que os postos que foram alvo da operação já não estariam mais no nome do casal. No entanto, as investigações apontam que as empresas estariam em nome de "laranjas".

"Acreditamos que a venda desses estabelecimentos tenha sido negócios simulados juridicamente, pois há indícios de que essas pessoas não adquiriram esses postos, mas simplesmente cederam seus nomes para que esses postos fossem registrados", salienta Casanova.

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Durante a operação, a Polícia Civil identificou um apartamento avaliado em torno de R$ 2 milhões, no Residencial Vallence, na Praça Interventor Manoel Ribas, e uma SUV Land Rover, que teriam sido utilizados no esquema de lavagem de dinheiro. O veículo foi apreendido e o apartamento foi confiscado durante a operação.

"Esse apartamento, que é bem grande, estava vazio, e o veículo Land Rover estava guardado no estacionamento do prédio e pertence ao casal de Cambira que prendemos durante a operação", destaca o delegado.

Durante a operação, foram apreendidos, além do veículo, diversos documentos ligados às empresas e aos investigados e também alguns celulares.

"Apreendemos vários documentos que estavam nessas empresas e também aparelhos de celular, inclusive das pessoas presas. Esse material vai ser analisado nas investigações, que terão sequência agora", afirma.

A operação

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) cumpriu, ao todo, 27 ordens judiciais contra uma organização criminosa ligada a lavagem de dinheiro decorrente de tráfico de drogas. Estima-se que mais de R$ 20 milhões de origem ilícita foram movimentados pelos suspeitos. A ação acontece simultaneamente nos municípios de Apucarana, Londrina, Cambira, São João do Ivaí e Borrazópolis.

Dentre as ordens cumpridas estavam dois mandados de prisão preventiva, seis mandados de prisão temporária e 19 mandados de busca e apreensão. Além de medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes em contas bancárias e aplicações financeiras dos suspeitos.

As investigações de alta complexidade apontam que os suspeitos utilizavam diversas formas para dissimular a procedência dos ganhos financeiros de forma ilícita.

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