Com a chegada do outono, os casos de problemas respiratórios entre crianças cresceram desde o começo da estação nos consultórios particulares e também no Centro de Saúde Infantil Sonho de Criança, em Apucarana. O aumento dos registros de bronquiolite, com necessidade de internação, geram alerta entre os profissionais de saúde por conta dos riscos.
São cerca de 160 atendimentos diários no local de crianças que apresentam problemas respiratórios. Em janeiro, eram 80 atendimentos diários, em média. O número subiu para 100 a partir de fevereiro, com a volta às aulas e o contato entre as crianças na sala de aula, e agora aumentaram novamente com a chegada da nova estação, que tem como características uma variação grande de temperatura durante o dia.
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A médica pediatra Nayara Tomal, do Centro de Saúde Infantil, explica que, no outono, os vírus respiratórios têm sua circulação intensificada, ocasionando infecções das vias aéreas que atingem diretamente às crianças, principalmente na faixa etária de 0 a 5 anos, que contam com um sistema imune mais suscetível.
“São vírus já conhecidos dos profissionais de saúde, como rinovírus, metapneumovírus, influenza A e coronavírus, ocasionando desde resfriados comuns a pneumonias”, explica. Ela cita também casos do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que é mais temido nos consultórios, sendo responsável por casos graves de bronquiolite, principalmente em bebês menores de 6 meses, gerando muitas internações.
No Hospital da Providência Materno Infantil, por exemplo, 11 crianças estão internadas nesta segunda-feira (06) com doenças respiratórias, a maior parte com bronquiolite. Nenhum paciente está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Nayara alerta para os riscos da bronquiolite. “A bronquiolite é uma infecção viral que acomete a parte mais delicada do pulmão dos bebês (os bronquíolos), responsável por levar o ar para dentro dos pulmões. O quadro se inicia como um resfriado comum, com obstrução nasal, coriza clara e tosse que em dois a três dias evolui para uma tosse mais intensa, recusa das mamadas, dificuldade para respirar e sibilância (chiado ou chio de peito), por vezes pode haver sinais e sintomas mais graves como sonolência, pausas respiratórias e cianose (lábios e extremidades arroxeadas)”, explica.
A médica orienta a adoção de medidas simples, como evitar o contato com crianças e adultos resfriados, lavar as mãos e higienizá-las com álcool 70%, evitar aglomerações, promover a amamentação e, no caso de crianças que já se alimentam, priorizar alimentação com frutas, verduras e muita água.
Nayara também afirma que o aumento dos atendimentos ocorre por conta das características das doenças respiratórias. “Como as crianças iniciam com coriza e febre, alguns dias após com tosse produtiva, elas podem evoluir com dificuldade para se alimentar e respirar. Quando isso ocorre, os pais e responsáveis acabam procurando atendimento várias vezes para acompanhar a evolução do quadro. E os atendimentos particulares seguem o mesmo padrão”, comenta.