O 2º tenente dos Bombeiros de Ivaiporã, Elvi Stofella, repassou detalhes das buscas pelos desaparecidos no Rio Ivaí. Nesta quarta-feira (21), quatro corpos foram encontrados, dois são de crianças.
Conforme o tenente, os voluntários usaram um equipamento de pesca e localizaram um dos corpos, logo depois, 'raspando' o fundo do rio, encontram mais uma vítima.
Ainda de acordo com o tenente, as vítimas estavam entre 200 a 300 metros do Salto Takaki, local onde o barco virou.
"Amanhã vamos continuar as buscas no rio, com mergulhadores e voluntários, além de buscas terrestres com militares. Utilizamos um drone que sobrevoa a região de mata, pois não descartamos a possibilidade de entrar alguém", detalha.
A distância entre a chácara onde a família embarcou no domingo (18) e o local do acidente é de no máximo 2 quilômetros.
Os corpos de Adalberto Fernandes Galice, de 42 anos e a filha Sophia Pacagnan Fernandes, de 4 anos, foram encontrados submersos no rio. O filho e irmão das vítimas, Nicolas Pacagnan Fernandes, de 8 anos, segue desaparecido.
Já os corpos de Alberony Menegassi de Souza, de 41 anos anos, a filha Heloísa Menegassi de Souza, de 3 anos estavam a aproximadamente 3 metros de profundidade. A mãe e esposa das vítimas, Patrícia Miranda da Silva, de 33 anos, ainda não foi localizada
Jéssica Malaquias Costa, de26 anos, o marido Marcelo de Carvalho da Silveira, de 26 anos e o filho do casal, João Vitor Costa de Carvalho, de 3 anos, sobreviveram ao naufrágio e foram encontrados no domingo (18).
Conforme o relato de Marcelo, todos participavam de um almoço em uma chácara quando resolveram fazer um passeio de barco para conhecer uma piscina natural que existe no Rio, porém, se aproximaram do Salto Takaki e o desespero tomou conta. "As crianças queriam andar de barco, meu filho, minha esposa, meu primo com os filho, o dono do barco a esposa e filha entramos no barco, estávamos devagar no rio, só que chegando perto do salto, a mulher do dono do barco ficou desesperada, falou que o barco ia descer, o dono do barco falou que poderia ficar tranquilo que não ia virar. A mulher dele pulou para segurar o barco, ele largou o motor e pulou para segurar o barco e eu pulei também e ficamos segurando o barco para não descer. A mulher dele gritou que tinha que ficar alguém no motor, eu voltei para o barco, mas o motor não estava mais ligado, tentei acelerar mas não ligou, eles não tiveram força para segurar o barco e ele desceu na queda, bateu de bico e já virou com todos dentro, quando virou não vimos mais nada", conta.
Marcelo ainda disse que após a embarcação virar, ele conseguiu ver a esposa com o filho no pescoço dela, e lutaram para não se afogar. "Nós ficamos no rio se afogando por uns 700 metros, ela se afundando, eu me afundando, até que Deus colocou o barco virado em nosso caminho, a gente já tinha desistido, mas o barco apareceu virado, nós seguramos por uns 40 minutos com o barco virado, na esperança do socorro chegar, até que decidimos virar o barco. Nós ficamos mais de duas horas esperando o socorro, meu filho sofrendo muito. Decidimos descer do barco para tirar a água de dentro, desviramos ele, saiu um pouco de água, fomos tirando água com a mão até que ele subiu um pouco, remamos com a mão até chegar na margem"
Após conseguir sair do rio, a família novamente viveu momentos de tensão, pois o filho já estava delirando e sofrendo convulsões devido ao frio. "Quando entramos na mata, no milharal, andamos por uns 400 metros, mas meu menino sofreu convulsão, estava delirando, fizemos uma cama no meio do milho, mas não estava resolvendo, até que graças a Deus apareceram dois anjos, dois pescadores, eles estavam com lanternas pra cima e gritavam e nós respondemos"
Assista o vídeo dos Bombeiros:
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