O Ministério Público do Paraná (MP-PR) poderá pedir a prisão de mais pessoas, além das seis já detidas, pelo homicídio do qual foi vítima o jogador Daniel Corrêa de Freitas. O promotor João Milton Salles detalhou que o MP espera o final do inquérito e, pelo conjunto das provas, apontar a participação de cada envolvido no crime.
“Há pessoas na festa que cometeram crime e há pessoas que não, mas podemos ainda vir a ter a hipótese de alguma pessoa que não está no hall dos apontados e que venha a ser demonstrada como tendo feito algo criminoso”, afirmou Salles.
Seis pessoas estão presas pelo crime até o momento. Edison Brittes Junior, que confessou ser o autor do homicídio; a esposa dele, Cristiana Brittes; a filha do casal, Allana Brittes; e os três jovens que estariam no carro que levou Daniel até a Colônia Mergulhão: Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, de 19 anos, David Willian Villero Silva, de 18, e Igor King, de 20. Todos irão responder por homicídio qualificado, incluindo Cristiana e Allana, que não participaram diretamente da morte, mas colaboraram na coação de testemunhas.
O MP-PR agora aguarda resultados periciais para fazer uma “fotografia do fato” e conseguir imputar as condutas de cada um. “Há pessoas ali que são testemunhas, que apenas estavam na festa, e há pessoas que participaram ativamente das agressões, que participaram ativamente da morte do rapaz e que participaram posteriormente na adulteração do local de crime, com objetivo de colocar uma cortina de fumaça para a ocultação do caso. Cada um responde na medida do que fez”, explicou o promotor.
Celular de homem morto a tiros de fuzil
Salles confirmou que Edison ligou para a mãe de Daniel com um número de celular que pertencia a um homem morto a tiros de fuzil, em 2016. “O fato de ele ter ligado para a mãe da vítima é absolutamente desumana, independente de que celular tenha usado”, disse.
Essa vítima de fuzil, segundo levantamentos da promotoria, teria envolvimento com crimes de receptação de veículos e adulteração de chassi.
Moto
Sobre a motocicleta da Brittes, uma Honda Cbr 1000Rr Repsol, estar em nome de um “patrão do tráfico”, Salles disse que isso ajuda a traçar um perfil de Edison. “O dono da moto possui um histórico de ligação ao tráfico que não é pequeno. São penas altas e, em uma delas, ele acabou preso em operação da Polícia Federal. Causa estranheza a motocicleta ser utilizada ostensivamente por uma pessoa e, na hora da verificação, perceber que ela pertence a um patrão do tráfico de drogas. São fatos diferentes, mas ajudam a entender a dinâmica conseguir achar um motivo para a crueldade. Essa forma animalesca é respaldada pela personalidade do agente, que tem um histórico diferente da normalidade”, disse.
Denunciado à polícia pela própria mãe
Juninho Riqueza, que confessou ter assassinado o jogador de futebol Daniel, já foi denunciado à polícia pela própria mãe. A mulher registrou boletins de ocorrência contra o filho alegando que ele a teria ameaçado após a cobrança de uma dívida.
O documento do processo jurídico, que está na Vara Cível de Matinhos, no Litoral do Paraná, aponta que a mãe vendeu um imóvel em outubro de 2014 no valor de R$ 165 mil, dinheiro que Edison pediu emprestado e ainda não devolveu.
Como forma de pagamento, o comprador do imóvel depositou R$ 70 mil referentes ao sinal de negócio na conta de Edison, entregou um veículo (Chevrolet S10) no valor de R$ 50 mil, e pagou o restante em 15 cheques – totalizando R$ 45 mil.
O documento afirma que Edison pediu o dinheiro da venda do imóvel emprestado para investir em um negócio próprio e que pagaria o montante em um ano, proposta que foi aceita pela mãe.
Ainda de acordo com o processo, o automóvel foi vendido por Edison por R$ 52 mil, mas, em vez de transferir a quantia para a mãe, ele a entregou um Sandero no valor de R$ 35 mil.
O assassinato do jogador
Ojogador Daniel Correa Freitas, de 24 anos, foi encontrado morto na manhã de 27 de outubro, na zona rural de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Ex meia de Coritiba e São Paulo, ele atualmente atuava no São Bento, time da série B do Campeonato Brasileiro.
Segundo a polícia, ele estaria em uma festa e morreu após enviar fotos de Cristiana Brittes para amigos em um grupo de WhatsApp. Apontado como principal responsável pelo crime, Edison Brittes, o Juninho Riqueza, permanece preso.
As informações são do portal Banda B
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