Vários documentos e um computador foram apreendidos pelo Ministério Público (MP) e a Polícia Civil durante cumprimento de ordem judicial na tarde de quinta-feira (20), em ação que apura o desvio de vacinas contra a Covid-19 do sistema público de Apucarana.
A força-tarefa esteve na Autarquia Municipal de Saúde (AMS) e confiscou documentos e o computador do servidor Luciano Pereira, afastado do cargo de coordenador da Epidemiologia municipal, após indícios de fraude na vacinação apontados pela falsa técnica de enfermagem Silvânia Regina Ribeiro Del Conte, 46 anos, presa por desviar duas ampolas de imunizantes quando atuava como voluntária na vacinação contra o coronavírus.
Buscas também foram realizadas nas residências das pessoas beneficiadas com a vacina, que moram em Mandaguari, onde foram apreendidas carteiras de vacinação dos suspeitos. As equipes também estiveram na casa de repouso onde Silvânia trabalhava, local onde ela afirmou ter flagrado casos de ‘fura-fila’. Foram apreendidas carteiras de vacinação bem como a relação de funcionários registrados no estabelecimento de saúde.
A titular da 2ª Promotoria de Justiça, Fernanda Trevisan Silvério, ingressou com o pedido de busca e apreensão após interrogar a falsa técnica de enfermagem na última segunda-feira (17). “Solicitei os mandados com base no depoimento que Silvânia prestou na segunda-feira e que foi semelhante ao que ela falou à comissão especial da assembleia. Essa análise de documentos é crucial para comprovar o que ela falou”, disse a promotora.
Na quinta-feira (20), a Comissão Especial de Investigação da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Silvânia afirmou que pelo menos 20 pessoas foram dos grupos prioritários foram vacinados contra a Covid-19 em Apucarana com autorização do servidor afastado.
De acordo com a promotora, o inquérito da Polícia Civil que apura a conduta de Silvânia no âmbito criminal será concluído na próxima semana e encaminhado ao MP. Paralelamente, o ministério público dará andamento ao inquérito civil que busca esclarecer, entre outros pontos, o possível envolvimento de servidores públicos na subtração das doses. Será apurada também a eventual responsabilização de pessoas que possam ter sido beneficiadas. A falsa enfermeira segue presa em caráter preventivo.
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