As enchentes devastadoras e o impacto na economia

Da Redação ·
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fonte: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

As enchentes no Rio Grande do Sul estão castigando o povo gaúcho, exigindo uma grande união entre o governo e a sociedade civil para colaborar no auxílio às pessoas. Além dos efeitos visivelmente perceptíveis, temos os impactos das enchentes na economia brasileira e global. Os efeitos econômicos já estão no radar do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que considera os impactos profundos e multifacetados, afetando significativamente a produção agrícola, bem como a oferta e os preços dos alimentos.

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O estado é um dos principais produtores agrícolas do país e está enfrentando perdas em várias culturas essenciais. Destacamos os danos às plantações de soja, arroz, trigo, milho, além da produção de carne e laticínios. A soja, que representa uma grande parte da produção agrícola do estado, viu perdas significativas com cerca de 20% da produção ainda por ser colhida. A estimativa é que até 2,8 milhões de toneladas de soja possam ser perdidas, afetando tanto o mercado interno quanto o internacional, já que o Brasil é um dos maiores exportadores mundiais do grão.

O estado é responsável por mais de 70% da produção nacional de arroz, e as enchentes danificaram áreas de cultivo e infraestruturas de armazenamento, além de dificultar a logística de transporte. Analistas estimam que as perdas possam chegar a 1 milhão de toneladas, o que representa cerca de 14% da produção nacional projetada para 2023/24.

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A redução na produção agrícola terá repercussões diretas na oferta de alimentos. A diminuição da disponibilidade de produtos como soja, arroz, milho e trigo inevitavelmente levará a aumentos nos preços desses produtos, gerando inflação. Esse aumento dos preços não se limitará ao mercado interno: os reflexos nos preços já podem ser sentidos através da alta nos preços internacionais da soja. A redução na produção de soja também afeta a produção de óleo de soja e biodiesel, pressionando ainda mais os preços dos combustíveis e alimentos derivados da soja. Além disso, o impacto na produção de milho pode afetar a oferta global de ração animal, influenciando os preços da carne em diversos mercados.

Do ponto de vista econômico, a expectativa mediana é de que ocorra uma recessão de 1% no PIB agropecuário por conta dos impactos das enchentes, mas os mais pessimistas apontam para uma queda de 3,5%. A produção reduzida e os problemas logísticos afetarão negativamente a economia brasileira como um todo, aumentando a inflação e reduzindo o crescimento econômico.

Além dos impactos diretos na produção e nos preços dos alimentos, as enchentes causaram severos danos à infraestrutura do estado, destruindo pontes, estradas e instalações de armazenamento e os custos de reconstrução serão vultuosos. Os esforços do governo federal para dar apoio financeiro às pessoas e na reconstrução de estradas, pontes e residências irão aumentar o déficit nas contas públicas, o que poderá forçar os juros a se manterem elevados por mais tempo.

Sem dúvidas, as enchentes no Rio Grande do Sul representam uma catástrofe humanitária e econômica de grandes proporções, com impactos que serão sentidos globalmente. Governos e indústrias precisam trabalhar em conjunto para mitigar os impactos imediatos e planejar a recuperação a longo prazo, garantindo a estabilidade da oferta de alimentos e a recuperação econômica. Trata-se de uma tarefa complexa, difícil e dispendiosa, que exigirá muita habilidade, planejamento e competência para ser realizada com eficiência. É um momento de união, e todos devem contribuir.

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