A verdade escancarada da política econômica brasileira

Da Redação ·
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fonte: Pixabay

Nos últimos anos, a economia brasileira tem enfrentado uma série de desafios complexos que moldam a percepção pública sobre o mercado de trabalho, crescimento econômico e a inflação. Segundo dados oficiais, o nível de desocupação tem caído, ainda que de forma modesta. Essa redução tímida no desemprego é reflexo dos índices de crescimento econômico pós-pandemia. No entanto, a percepção popular, especialmente nos municípios de pequeno e médio portes, é de que essa redução é insignificante.

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A discrepância entre os dados oficiais e a percepção popular pode ser explicada por diversos fatores. Em primeiro lugar, o crescimento econômico observado nos últimos anos não foi uniformemente distribuído pelo país. Algumas regiões não sentiram uma redução significativa no desemprego. Além disso, a falta de qualificação adequada da mão-de-obra para as vagas surgidas é um obstáculo substancial. Sem uma força de trabalho qualificada, as oportunidades de emprego que emergem não são preenchidas, perpetuando o ciclo de desemprego e subemprego em várias regiões.

A competitividade econômica é outro ponto crucial. Se a economia brasileira fosse mais competitiva, impulsionada em parte por uma força de trabalho mais qualificada, o crescimento do nível de atividade seria maior, resultando em uma redução mais acentuada do desemprego. A competitividade não só aumentaria a produtividade, mas também atrairia mais investimentos, criando um ciclo virtuoso de crescimento e geração de empregos.

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Contraditoriamente, enquanto o desemprego reduz lentamente e a economia mostra sinais de recuperação, a inflação continua a ser uma preocupação persistente. O Banco Central, em sua tentativa de conter a inflação, mantém os juros em níveis elevados. A pressão cambial, com o Banco Central incapaz de controlar as taxas de câmbio, agrava ainda mais o cenário econômico.

Há uma divisão de opiniões sobre as causas desse cenário econômico adverso. Defensores do governo federal frequentemente culpam a política monetária do Banco Central. Contudo, uma análise mais objetiva revela que a verdadeira raiz do problema está na política fiscal, responsabilidade exclusiva do executivo nacional. O desequilíbrio das contas públicas, exacerbado por declarações polêmicas do presidente Lula, contribui significativamente para o cenário econômico atual.

A insistência do governo federal em gastar mais do que arrecada é um fator determinante que pressiona os níveis de preços para cima. Em resposta, o governo anuncia cortes de despesas. No entanto, esses cortes frequentemente atingem áreas sociais e essenciais, ignorando setores onde cortes seriam menos prejudiciais, como as emendas parlamentares.

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Para uma solução eficaz o governo deve adotar uma postura mais responsável e equilibrada em relação aos gastos públicos. Isso significa focar nos gastos necessários e reduzir os gastos supérfluos, que ainda são abundantes. A melhoria da qualidade do gasto público é essencial. Com uma gestão mais eficiente dos recursos, seria possível aliviar a pressão inflacionária. Consequentemente, o Banco Central poderia reduzir os juros, facilitando investimentos no setor produtivo e, assim, gerando mais empregos.

A trajetória para uma economia brasileira mais estável passa pela responsabilidade fiscal e pela melhoria da qualidade do gasto público. Aristóteles afirmava que “a virtude está no meio”. Equilibrar as contas públicas é a chave para desbloquear o potencial econômico do Brasil, garantindo um crescimento sustentável e inclusivo para todos.

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