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Apucarana 79 anos! Uma homenagem aos pioneiros anônimos

É a todos esses que devemos prestar nossas homenagens e de forma mais que justa comemorar nossos 79 anos de emancipação

Da Redação ·
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O ano de 1998 ficou marcado em minha memória pois foi o ano no qual me mudei para a cidade de Apucarana
fonte: Reprodução
O ano de 1998 ficou marcado em minha memória pois foi o ano no qual me mudei para a cidade de Apucarana

O ano de 1998 ficou marcado em minha memória pois foi o ano no qual me mudei para a cidade de Apucarana com a minha família. Na época eu tinha 13 anos e, apesar de ter nascido na cidade, era tudo novo pra mim. Eu tinha morado toda a minha curta vida em Marilândia do Sul, Curitiba e Campo Largo. Após essa mudança, comecei a me integrar melhor nesse novo município e naquele ano conheci minhas melhores amigas, as quais tenho em grande estima até os dias de hoje, e passei a estudar no Colégio Estadual Professor Isidoro Luis Cerávolo e posteriormente no Colégio São José, onde, neste último, conheci meu esposo.

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Diante dessa curta história quero deixar registrado que toda minha juventude e vida adulta vem sendo trilhada nessa cidade que de fato tornou-se meu lugar, meu cantinho, meu refúgio de paz e conforto. É nesse local que parte da minha identidade vem sendo construída e reconstruída e é dentro desse espaço que exerço meus papéis sociais como mulher, filha, esposa, professora, cidadã e residente de um espaço de construção coletiva.

Assim como eu, milhares de pessoas anônimas passaram por cada cantinho da nossa querida cidade deixando suas marcas e seus registros, alguns oficiais, daqueles indivíduos que ocupando cargos e posições de destaque social garantiram seu registro efetivo nos anais da história da cidade, e outros que colaboraram de forma fundamental, mas que tiveram seus nomes e registros perdidos no tempo e no espaço. É a esses grandes homens e mulheres comuns que dedico essa homenagem no aniversário de 79 anos da nossa cidade.

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Apucarana conquistou sua emancipação política em 28 de dezembro de 1943, no entanto a cerimônia ocorreu em 28 de janeiro de 1944, pois a comarca estava em recesso de fim de ano. O processo de instituição do Município foi consequência de um projeto maior idealizado a partir da empresa que atuava com capital inglês intitulada Paraná Plantation  Ltda, coordenada por Simon Joseph Frazer, mais conhecido como Lord Lovat. Para uma melhor compreensão sobre a história da cidade de indico o projeto dos 80 anos da cidade de Apucarana desenvolvido pelo historiador Guilherme Alves Bomba. Sugiro também as obras publicadas pelo referido historiador para aprofundamento do tema.  

A partir das fontes e profissionais que se debruçaram sobre a nossa cidade sabemos que essa região foi habitada por diversos povos indígenas como os Xetás, Kaingang e Guaranis. Infelizmente, a partir de um processo colonizador que priorizou a desapropriação física e cultural de tais indivíduos, hoje restam poucos remanescentes dessas comunidades. Sabemos que esse processo ocorreu em todo o território nacional e aqui não foi diferente. O loteamento e venda das propriedades facilitada pela Lei de Terras de 1850 permitiram a vinda de imigrantes de nacionalidades como japoneses, ucranianos, poloneses, alemães, portugueses, espanhóis, árabes que se somaram às populações locais, indígenas, afrodescendentes e a grupos vindos de Minas Gerais, São Paulo e da região do Nordeste. Todos formando uma identidade múltipla e diversa que se cruzam e se interpelam no tempo e no espaço.

Entre os “pioneiros”, os proprietários de terra e comerciantes, temos os trabalhadores e trabalhadoras comuns, que com o suor de seu trabalho ajudaram a construir nossa cidade. É a todos esses que devemos prestar nossas homenagens e de forma mais que justa comemorar nossos 79 anos de emancipação.

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Nessa terra vermelha que nos dá o sustento, de pessoas comuns aos pioneiros, uma história se construiu. Se o passado nos é motivo de orgulho e saudade, se o presente nos angustia, é no futuro que temos nossas esperanças. Uma esperança real de encontrar nossa missão e desempenhá-las, das coisas simples às mais complexas, com o melhor de nós para que as gerações futuras possam encontrar no passado uma referência para fazer de Apucarana uma cidade ainda mais acolhedora, justa e fraterna.

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