O Governo do Estado é parceiro de um projeto inovador em Palmeira, município de 35 mil habitantes dos Campos Gerais: a criação de um Calçadão Boulevard na região central, ao lado da Praça Marechal Floriano Peixoto e da Igreja Matriz. Esse novo espaço tem 2,4 mil metros quadrados e consiste na revitalização de duas ruas para entregá-las à gastronomia e entretenimento, com pérgulas, nova arborização, iluminação em LED e um beco de muros grafitados. O investimento total é de R$ 539.268,50.
É uma obra que se complementa à reforma do Cine Teatro Municipal e à retirada da prefeitura dessa região (há um novo Centro Cívico em Palmeira), dentro de um plano de novas ocupações e espaços culturais. O objetivo é criar essa pequena “Puerto Madero”, espaço para gastronomia e entretenimento de Buenos Aires, para atrair mais turistas, movimentar o setor de serviços e valorizar pratos típicos como o pão no bafo - e carne de porco, repolho e massa de pão cozida que chegou ao município em 1878.
Segundo Valdir Jonas Filho, secretário de Cultura, Patrimônio Histórico, Turismo e Relações Públicas de Palmeira, os imóveis do entorno da praça serão tombados e o Calçadão Boulevard dará nova utilidade financeira a eles sem perder as suas características essenciais. De um lado o projeto fomenta a preservação; de outro, a ocupação responsável.
“Pensamos nessa alternativa para uso gastronômico. Bloqueamos outros alvarás que não sejam ligados a isso nessa área, que foi inspirada em estruturas similares de Buenos Aires, na Argentina, e de países que abraçam esse conceito. Queremos que a comida saia à rua, o que também vai aumentar a capacidade de atendimento dos restaurantes e bares que estiverem ali”, afirma.
Segundo o engenheiro civil Aldemar Viante, da prefeitura de Palmeira, é uma tentativa de dar nova dinâmica a uma área nobre da cidade. “Retiramos a prefeitura e os bancos dessa região, mas agora teremos esse novo espaço cultural aberto para a população, então a ideia é renovar o movimento no entorno da praça, onde a cidade nasceu. Queremos trazer outro tipo de dinâmica, dessa vez gastronômica”, afirma. “É um movimento que assusta o comércio, mas já percebemos que é um sucesso porque as pessoas ‘compraram’ o ponto”.
MUDANÇAS – O primeiro passo foi a supressão da rua de uma pista e dois acostamentos que passava ao lado da praça para a instalação de paver no chão e ampliação das calçadas, pensando na integração com o piso já existente ao lado da Igreja Matriz e que também leva à Rua Conselheiro Jesuíno Marcondes, a “avenida do comércio”. No meio da quadra dessa rua também há um beco (Travessa 19 de Dezembro) onde o paver já foi implementado. É como se o Calçadão formasse um T.
Também serão instalados na antiga rua pérgulas metálicas, áreas de sombreamento, e postes de luz modernos. Na entrada do beco haverá, ainda, uma espécie de pórtico com cobertura que imita a folha da palmeira, símbolo do município. Essas áreas poderão ser usadas pelos restaurantes e bares para ampliar o atendimento na calçada.
A obra começou há apenas quatro meses e quase 30% já está executada, restando apenas algumas estruturas metálicas e o acabamento final. A empresa que venceu a licitação ainda não conseguiu terminar porque teve problemas na sua máquina de flange (peça de ligação dos tubos).
Os recursos foram disponibilizados a fundo perdido pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas e atendem o compromisso número 11 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
“É uma ideia que se integra à agenda da Organização das Nações Unidas para os municípios. Dá uma nova dinâmica para um local histórico, parte da cultura do Estado, e permite uso regular e seguro do Centro, promovendo desenvolvimento econômico e estimulando o comércio”, afirma o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, João Carlos Ortega.
OUTRAS OBRAS – O município também tem outros três grandes convênios com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas. Um deles ajudou a viabilizar a pavimentação da Rua Pedro Calaça, com investimento de R$ 191.049,15, e o outro a construir uma unidade do Meu Campinho no bairro Vila Rosa, o mais populoso do município, com recursos que alcançaram quase R$ 280 mil.
“É uma rua que existe há mais de 40 anos, na Colônia Francesa, mas ainda não era asfaltada. Palmeira é um município com praticamente todas as ruas pavimentadas, então precisávamos fazer esse fechamento”, complementa Aldemar Viante. “Já o Meu Campinho atende uma região que carece de escola, lazer, de atividades para a criançada, então tentamos levar mais estruturas para essas famílias”.
Também deve começar a ser revitalizado nos próximos meses o Centro de Eventos Francisco Rutcoski – Parque de Rodeios. Serão construídos dois barracões para ampliar a infraestrutura para as festas e feiras municipais – um deles terá dois pisos. O investimento será de R$ 1,6 milhão e os recursos englobam banheiros, pavimentação, sinalização e paisagismo, projetando, inclusive, um espaço amplo e moderno para aumentar os eventos depois da pandemia.