Adriana Tavares, de 34 anos, natural de Rio Bom e ex-moradora de Arapongas foi vítima de feminicídio. O homem, com quem ela foi casada por 11 anos e tinha dois filhos, cometeu o crime e depois se matou, na noite do último domingo(17).
Adriana e Sidinei Lopes, de 47 anos, estavam separados há dois meses, porém, ele não aceitava o fim do relacionamento. Ela chegou a procurar a Polícia Civil, foi até a Segunda Delegacia de Defesa da Mulher, denunciou o homem por violência doméstica e obteve da Justiça uma Medida Protetiva, onde o agressor não poderia se aproximar da vítima, nem por telefone e redes sociais, sob pena de prisão por descumprimento de Ordem Judicial. O botão do pânico, de acordo com parentes, iria chegar na segunda-feira (18).
A irmã dela, Fernanda Tavares, que vive em Arapongas, disse que a irmã só queria ser feliz e fez um alerta para outras mulheres. "Minha irmã só vivia trancada, sofria, não era feliz. Ela finalmente criou coragem, separou dele, ela só queria ser feliz e agora morreu. Por favor, se alguém ameaçar vocês, não duvidem, por mais que a pessoa pareça calma, não duvide", desabafa.
Adriana deixa três filhos, uma adolescente de 15 anos, fruto de outro relacionamento, e um casal, de 8 e três anos, filhos do agressor. A família acredita em crime premeditado.
O ex-marido ameaçou a vítima durante todo o domingo e por volta das 20h30, o homem se encontrou com um dos filhos, disse que iria fazer uma surpresa para a mulher, então as crianças saíram da casa.
O homem esperou Adriana sair do banho e atirou contra ela, depois, tirou a própria vida. Outra irmã da vítima, Verenice Tavares, que mora bem próxima do local, ao ouvir os disparos, correu para ver o que tinha acontecido. "Ele tirou a vida da minha irmã, usou as crianças, enganou as crianças. Eles não viviam bem, o casamento não era bom. Ela decidiu terminar, era uma pessoa triste. Quando ouvi os disparos, eu e meus vizinhos arrombamos a porta, ela ainda estava viva, me olhou, deu o último suspiro e morreu na minha frente", contou.
Os filhos vão ficar com a irmã de Adriana, que foi velada e sepultada em Campinas, onde o crime aconteceu. Adriana estava com planos de retornar para Arapongas.