O jovem de 25 anos preso por atropelar e arrastar a namorada em Apucarana, norte do Paraná, foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado por meio cruel. George Fernandes permanece preso desde o dia do acidente, registrado em 15 de março, no Loteamento Solo Sagrado, que deixou Ana Carolina de Souza com ferimentos graves.
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Inicialmente, a investigação da Polícia Civil seguia a linha de tentativa de feminicídio, que foi descartada pela falta de provas de que o crime foi cometido no contexto de violência doméstica e familiar ou perseguição, ameaça e humilhação, por exemplo.
No inquérito, a polícia conclui que não há indícios de violência de gênero, pois as testemunhas ouvidas relataram que antes do atropelamento não houve nenhuma discussão ou briga entre o casal para motivar uma tentativa de feminicídio.
Para a defesa, a mudança na tipificação do crime é considerada uma vitória. Agora, a estratégia é desclassificar o agravante de meio cruel. "Nossa esperança é tentar desclassificar para outro crime, a exemplo, uma lesão corporal de natureza grave ou crime de lesão corporal previsto na lei de trânsito", informou a advogada defesa, Jakeline Aguera.
A defesa também acredita que o depoimento da vítima deve dar respaldo a tese de que George agiu sem intenção de matar a vítima."Na semana passada o médico que realizou o primeiro atendimento informou que Ana Carolina relatou incansavelmente que foi um acidente. Ainda há muita coisa importante para explorar no processo, uma vez que o depoimento da vítima ainda não foi colhido e isso vai ser crucial para provar que tudo não passou de um acidente e que muita coisa que foi interpretado de uma forma, na verdade aconteceu de outra, totalmente diferente", salienta a advogada.
Segundo a advogada, George tem esperança de responder pelo crime em liberdade.
VÍTIMA PERMANECE INTERNADA
Ana Carolina permanece internada no Hospital Universitário de Curitiba onde se recupera dos graves ferimentos causados pelo atropelamento. Na última sexta-feira (21), sua mãe informou que ela estava saindo da sedação e que estava começando a se comunicar gesticulando com a cabeça.
A jovem foi atropelada e arrastada por cerca de 120 metros no último sábado (15) e sofreu ferimentos gravíssimos nas pernas. No momento do acidente, ela segurava a filha de apenas dois anos no colo. Ela conseguiu lançar a filha para o lado antes de ser atingida pelo veículo.