Um novo caso de execução voltou a assustar Apucarana, no Norte do Paraná, neste sábado (10) à tarde. Um homem de 25 anos foi morto a tiros na Rua Albino Ganassin, no Residencial Sumatra. Três bandidos armados e encapuzados chegaram atirando. É o sexto caso do tipo em Apucarana em pouco mais de um ano. A Polícia Civil afirma que essa sucessão de ataques é causada por uma “guerra do tráfico”. São suspeitos de envolvimento com venda de entorpecentes disputando pontos de droga na cidade.
A vítima deste sábado (10) foi identificada como Ivonei de Moraes, de 25 anos (inicialmente, a idade informada era de 26 anos). Ele estava conversando com três amigos quando os criminosos chegaram em um carro escuro, depois identificado como um VW Polo. Todos foram atingidos pelos disparos. Ivonei recebeu sete tiros. A perícia encontrou no local 18 cápsulas. Foram usadas pistolas calibres 9mm e .380.
O homem de 26 anos chegou a ser socorrido por uma equipe do Siate, do Corpo de Bombeiros, mas não resistiu e morreu dentro da ambulância. Outros dois foram atendidos no local e encaminhados com ferimentos de moderados a graves ao Hospital da Providência. Uma quarta vítima fugiu do local e depois procurou atendimento médico.
Há suspeita que o carro utilizado pelos criminosos tenha sido incendiado em Apucarana. O rapaz assassinado será sepultado neste domingo (11), às 16 horas, no Cemitério Portal do Céu, em Apucarana.
A Polícia Civil apura agora se esse caso, que reúne as mesmas características dos anteriores na cidade, também tem relação com a “guerra do tráfico” na cidade. “Estamos apurando”, disse no sábado (10) o delegado André Garcia, que preferiu não dar mais detalhes sobre o assunto.
Veja a lista de execuções
1. A “guerra do tráfico" pode ter começado com a morte de Júlio César de Oliveira, de 39 anos, conhecido como Cesinha, em março de 2022. Ele foi executado a tiros em uma conveniência na Avenida Aviação, no Jardim Colonial, por quatro atiradores.
2. O segundo crime de repercussão ocorreu em dezembro do ano passado, quando Vanildo Augusto da Silva, mais conhecido como Jacaré, de 36 anos, foi atingido por vários tiros em uma lanchonete do Jardim Ponta Grossa.
3. A terceira execução aconteceu no começo deste ano, no dia 21 de janeiro. Fidelso Rodrigues dos Santos Neto, morador do Jardim Colonial II foi assassinado a tiros em um posto de combustíveis. Imagens de segurança registraram a ação violenta.
4. Em março, no dia 25, o quarto assassinato, que pode ter envolvimento com a 'guerra do tráfico', vitimou Márcio de Almeida Inácio, 33 anos. Ele foi morto a tiros no Jardim Colonial, na ocasião, outros dois homens foram atingidos pelos disparos, e no dia 8/4, Elvis Cássio Lemes, morreu no hospital. Ele foi morto porque estava com o alvo do crime.
5. Em 23 de maio, Marlon Henrique Baptista, de 24 anos, foi assassinado a tiros no Jardim Ponta Grossa, e a morte também pode estar envolvida com a "guerra do tráfico".
OPERAÇÃO
No final do mês passado, a Polícia Civil realizou operação para tentar solucionar os crimes. Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em Apucarana e um em Maringá. Celulares e outros objetos foram apreendidos e encaminhados para perícia. O delegado-chefe da 17ª Subdivisão Policial (SDP), Marcus Felipe da Rocha Rodrigues, admite a "guerra do tráfico" e afirma que a polícia está trabalhando para conter a violência na cidade.