Os bebês internados na Unidade de Terapia Neonatal do Hospital Materno Infantil de Apucarana (norte do Paraná) ganharam nova companhia. Na unidade, “polvinhos” feitos de linha de algodão são colocados dentro da incubadora como terapia para acalmar os bebês. A iniciativa, que vem sendo adotada com sucesso em outras maternidades, está em fase de implantação no hospital desde abril.
O primeiro passo para implantação do programa ‘Polvo do Amor’ foi a pesquisa do material. “O polvo deve ter um material específico para realizarmos sua esterilização. Todo o processo de produção, higienização e esterilização foi elaborado pensando na segurança do nosso paciente”, afirma a enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Materno Infantil, Jéssica Lopes.
Segundo o projeto, que teve origem na Dinamarca e já foi implantado em alguns hospitais do Paraná, os tentáculos se assemelham ao cordão umbilical.
“Desde que os “polvinhos” foram colocados junto aos bebês percebemos que eles ficaram mais calmos e tanto a respiração como a frequência cardíaca melhoraram. Não tivemos retiradas de sonda gástrica, nem extubação acidental, quando o paciente acaba retirando o tubo respiratório. Isso traz um benefício muito grande porque evitamos o risco de infecção”, afirma a enfermeira coordenadora da UTI Neonatal do Hospital Materno Infantil, Francismara de Lima.
Cada bebê internado na UTI Neonatal possui dois polvos disponíveis, o que possibilita a troca a cada quatro dias para ser realizada a higienização do material. Na alta do paciente, o polvo erá entregue para os pais ou responsáveis. “Eu achei muito bom [a implantação do polvo], quando ele está mais agitadinho colocamos o polvo e ele fica mais calmo e também deixa ele mais quentinho”, afirma a mãe Rosana Freitas.
Confecção
O projeto “Polvo do Amor” foi implantado com a ajuda de voluntárias de Apucarana da ONG Soldados de Cristo, Rede de Mulheres Solidárias e por uma enfermeira colaboradora do Hospital Materno Infantil que confeccionaram e doaram os brinquedos para o hospital.
“Temos projetos voltados às mulheres e com ‘Polvo do Amor’ podemos também atender os bebês enquanto eles ficam na UTI”, comenta Marlene Rossi, membro da Economia Solidária da Secretaria da Mulher e Assuntos da Família.
De acordo com a pediatra e médica intensivista do Hospital Materno Infantil Sebastiana Simões, o polvo é uma das ações que a equipe do hospital está realizando para o melhor atendimento ao paciente.