SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Integrantes do MPL (Movimento Passe Livre) bloquearam, na tarde desta quarta-feira (17), o cruzamento das avenidas Brigadeiro Faria Lima e Cidade Jardim, no bairro Jardim Europa, zona oeste de São Paulo.
Os manifestantes se concentraram no local após a Polícia Militar bloquear os acessos à casa do prefeito da cidade, João Doria (PSDB), onde aconteceria o segundo protesto contra o aumento das passagens de ônibus, metrô e trem.
Com o impedimento, o grupo decidiu realizar uma caminhada, que começou às 18h30, até o Largo da Batata, em Pinheiros, também na zona oeste da capital paulista. O ato segue pacífico.
As tarifas subiram de R$ 3,80 para R$ 4 no último domingo (7). O reajuste, de 5,26% -abaixo da inflação-, foi anunciado de forma conjunta pelas gestões do prefeito João Doria e do governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, ainda em dezembro de 2017.
CONFRONTO
Na quinta-feira (11), o ato convocado pelo MPL para protestar contra o aumento do preço das passagens de ônibus, metrô e trem em São Paulo terminou em confusão e enfrentamento entre manifestantes e policiais militares.
Depois de três horas de protestos, um grupo tentou entrar na estação Brás do trem e metrô e, segundo os organizadores, foi impedido pela PM. Alguns conseguiram furar o bloqueio e chegaram a pular as catracas.
Acionada pelos seguranças da estação, a PM tentou repreender os manifestantes. De acordo com a polícia, foi atirado um coquetel molotov em direção aos policiais, que passaram a responder com bombas de efeito moral e tiros de balas de borracha.
CONGELADA EM 2017
Em 2017, o valor unitário do ônibus, metrô e trem ficou congelado em R$ 3,80, após promessa de campanha feita por Doria. Em compensação, o valor da tarifa integrada entre ônibus e trilhos (metrô ou trem) teve reajuste de 14,8%, chegando a R$ 6,80. A medida, que chegou a ser suspensa por três meses pela Justiça, motivou uma série de protestos na capital, que não surtiram efeito.
O MPL foi criado em 2005 com a bandeira da "tarifa zero", defendendo gratuidade total do transporte coletivo. O movimento, porém, só ganhou expressão em 2013, quando organizou os atos contra o aumento de R$ 0,20 no valor da tarifa em São Paulo (de R$ 3 para R$ 3,20, na ocasião), que acabaram se espalhando por todo o país depois do aumento da repressão policial aos protestos.
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