SimCity Brasileiro: a fantasia de gestão administrativa

Da Redação ·
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fonte: Pixabay

No próximo ano, os brasileiros enfrentarão um cenário político que se assemelha a uma partida do jogo SimCity, com as próximas eleições municipais. Vereadores e prefeitos já iniciaram suas pré-campanhas nas redes sociais, enaltecendo seus "feitos". Contudo, independente da genuína eficiência de suas gestões, muitos buscam projetar uma imagem de prosperidade. Em um jogo, a má gestão leva cidadãos virtuais a se mudarem. Mas, na realidade, as consequências de uma administração falha são profundamente mais impactantes, afetando diretamente a vida de muitas pessoas.

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Na dinâmica do SimCity, um prefeito que não atende às expectativas dos cidadãos vê sua cidade se esvaziar até se tornar uma "cidade fantasma". No entanto, onde a mudança não é uma alternativa acessível a todos, os habitantes são frequentemente forçados a lidar com as deficiências e omissões de seus gestores.

Uma característica marcante do nosso panorama político é sua natureza cíclica. Eleição após eleição, somos confrontados com promessas repetidas, retóricas recicladas e, frequentemente, os mesmos protagonistas. Quando emergem novos candidatos, aqueles já estabelecidos no cenário político frequentemente empregam táticas para minar a reputação dessas alternativas. Embora, em jogos como SimCity, evolução e inovação sejam essenciais para a prosperidade de uma cidade, na vida real, muitos resistem à renovação, mantendo-se fiéis a métodos antigos e desatualizados.

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Em SimCity, a jogabilidade permite que os players reconheçam e corrijam seus erros. Um projeto mal planejado ou uma decisão apressada pode ser revisado em tentativas subsequentes. A queda na popularidade do gestor virtual é percebida e tratada com seriedade, levando à necessidade de atender diretamente às solicitações dos cidadãos. Contrastando com isso, no panorama político brasileiro, a habilidade de reconhecer falhas e promover mudanças significativas é menos aparente. O cenário frequentemente se repete com promessas vazias, controvérsias de corrupção e iniciativas mal formuladas, tornando-se, lamentavelmente, o padrão.

No jogo, reiniciar e adotar uma nova estratégia é um processo simples. Contudo, na realidade, as repercussões das decisões políticas são profundas e, frequentemente, definitivas. Cada projeto deixado pela metade, cada recurso desviado e cada decisão mal articulada impactam a vida de inúmeras pessoas, chegando a afetar milhões. Ao ponderar a correção de tais erros, nos deparamos com a perspectiva de um processo demorado, que pode se estender por anos e com o consumo significativo dos recursos oriundos de impostos.

A chave para a mudança está na responsabilidade dos eleitores de se informarem, analisarem e participarem do cenário político. É preciso que os cidadãos não se deixem influenciar por mensagens ou publicações sensacionalistas nas redes sociais. Com o acesso à informação cada vez mais facilitado, é possível verificar a veracidade de uma notícia. Basta ter a iniciativa de fazê-lo. 

A democracia é um projeto coletivo, que depende da participação ativa dos cidadãos. Ao assumirmos uma postura questionadora e ativa diante dos ocupantes de cargos públicos, podemos promover uma mudança no cenário atual. Para isso, é preciso que os eleitores se reconheçam como protagonistas da democracia, não apenas observadores. É preciso ir além do voto e se envolver em organizações sociais e movimentos populares. Cidadãos, vocês querem assumir o protagonismo da democracia? Vocês querem construir um futuro melhor para todos?

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