Ao que tudo indica teremos uma nova temporada de restrições em nosso estado. A COVID-19 é implacável e estamos diante de uma nova cepa (ou variante) do vírus, conhecida como a “variante Indiana”.
Pessoalmente acredito que variantes genuinamente brasileiras irão aparecer nos próximos dias/meses. Isso não é difícil de se supor, levando-se em conta a rápida cinética de propagação do vírus em nosso país e a ineficiência dos nossos governantes ao encaminhamento da vacina. Neste momento aqueles e-mails enviados pelas farmacêuticas que foram simplesmente ignorados no final do ano passado estão fazendo falta né?
Para complicar ainda mais a situação, estamos perdemos pessoas queridas todo abençoado dia. Sofremos com a dor de sequer podermos velar ou enterrar adequadamente o corpo destas pessoas. Partilhamos da dor diária de muitas famílias que parecem ter perdido todo o chão de seu lar com a ausência dos que se foram. Posto isso, o que estamos fazendo para debelar ou frear ao máximo a disseminação deste patógeno deveras perigoso e invasivo?
Provavelmente teremos mais umas 3 semanas de uma situação similar a um lockdown... com restrições em nosso direito de ir e vir, principalmente à noite. Isso provavelmente controlará eficientemente a situação. Mas a pergunta que fica é: o que faremos depois?
Será que sairemos correndo aos bares para tomar aquela gelada com nossos amigos?
Deixaremos de prestar atenção nos sinais proferidos pelo nosso próprio corpo e sairemos à esmo para as ruas? Muitas vezes sem máscara e não tomando cuidado no uso adequado do álcool em gel?
Continuaremos a tomar nossa cloroquina e nossa ivermectina com a certeza de que estamos tomando um medicamento efetivo contra este nefasto vírus?
De fato o COVID-19 é um evento grandioso demais para o Brasil sediar. E ainda dizíamos que não toleraríamos a Copa do Mundo e as Olimpíadas (tsc). Isso não apenas por culpa dos governantes mas, principalmente, por nossa culpa. Que saiamos mais fortes dessa nova rodada de restrições... mais fortes em termos de caráter e de respeito à esta moléstia que assola nosso povo. Que começemos a pensar nos nossos irmãos de fato... não apenas nas liturgias das igrejas ou nos cultos.
Para finalizar, hoje nós tivemos o falecimento de nosso ex-governador (1995-2002) Jaime Lerner. Com certeza deve ter sido uma excelente pessoa. Um pai e avô extremamente responsável. Por outro lado, não posso de deixar de dar uma alfinetada e de mencionar que Lerner foi um dos piores governadores que já passaram na história recente do estado.
Vale a pena lembrar que Lerner foi o grande arquiteto deste sistema de integração (pedágio) que se revelou ineficiente e mal gerido. Nosso pedágio é um dos mais caros e ineficientes do país... em parte pela maneira porca com a qual o contrato de concessão foi redigido, que levou a um péssimo controle do estado nas ações das concessionárias. No mais, que Jaime tenha um bom descanso e que esteja ao lado de Deus nesse momento.
Boa final de semana a todos!