Confrontos com policiais resultaram em 13 mortes nos municípios da região em 2021. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR). O número é 18% maior em comparação com 2020, quando foram 11 óbitos.
O maior número de confrontos na região que resultaram em mortes ocorreu em Arapongas. Foram 8 no ano passado. No entanto, os óbitos foram inferiores a 2020, quando foram 9 casos na cidade.
No relatório do Gaeco de 2021 são registradas mortes em confrontos também em Apucarana (2), Jandaia do Sul (1), Lunardelli (1) e Mauá da Serra (1). Os municípios com ocorrências do tipo aumentaram. Em 2020, além de Arapongas com 9 casos, foram registrados óbitos apenas em Bom Sucesso (1) e São João do Ivaí (1).
No Paraná, foram 417 mortes em 2021 (sendo 211 no primeiro semestre e 206 no segundo). O número indica um aumento de 9,74% em relação ao ano anterior (2020), quando ocorreram 380 mortes.
Grande parte das ocorrências resultou de confrontos com policiais militares: 408 (208 no primeiro semestre e 200 no segundo), enquanto os casos envolvendo policiais civis foram dois (um em Curitiba e outro em Foz do Iguaçu), e os com guardas municipais somaram sete (cinco em Curitiba, um em São José dos Pinhais e um em Araucária).
Considerando-se apenas as mortes em confrontos com policiais militares, os dados apontam que 62,16% das mortes foram de pessoas de até 29 anos. Entre os mortos nesses confrontos, 47,7% eram pardos, 5,6% eram negros e 46,7% eram brancos.
Os municípios com mais mortes em confrontos policiais no ano passado foram Curitiba (105), Londrina (32) e São José dos Pinhais (26).
Nesta quarta-feira (27), foi entregue ao governador do Estado uma carta assinada por diversas instituições, entre elas o MPPR, com sugestões para diminuição da violência policial no Paraná. O ofício sugere a adoção de câmeras nos uniformes e viaturas dos policiais militares, além da criação de um curso permanente e obrigatório sobre direitos humanos para a formação de policiais.
O documento foi elaborado e entregue por representantes de instituições do Sistema de Justiça e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que argumentam que a implantação das câmeras é uma forma de reduzir a "letalidade da polícia".
Arapongas
Neste ano, três mortes já foram registradas após confronto com a PM. Dois homens morreram no dia 9/4 e um outro na madrugada do dia 11/4.
Veja o vídeo de Leonir Batisti, coordenador do Gaeco: