O advogado Alikan Zanotti afirmou nesta segunda-feira (20) que foi contratado por integrantes da família de Elizeu Santos da Silva, de São João do Ivaí, que morreu após uma chacina em Sinop, no Mato Grosso, para acompanhar o processo criminal. O objetivo é garantir justiça no julgamento do caso e depois analisar a possibilidade de ingressar com ações de indenização por danos morais e materiais.
Elizeu Santos da Silva, de 47 anos, foi uma das sete vítimas da chacina em um bar de Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, em 21 de fevereiro deste ano. O ex-morador de São João do Ivaí, conhecido como Cabecinha, estava trabalhando com a venda de morangos naquela região do país quando acabou assassinado a tiros.
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Imagens de câmeras de monitoramento mostraram o crime, praticado por dois homens após uma partida de sinuca. A chacina, que incluiu a morte de uma adolescente de 12 anos, gerou repercussão nacional.
Um dos autores do crime, Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, morreu em confronto com a polícia. O outro responsável pela tragédia, Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, foi preso e indiciado por homicídio qualificado, além de outros crimes.
Alikan Zanotti deve viajar no começo do mês que vem a Sinop para se qualificar como assistente de acusação do Ministério Público (MP). Ele afirma que também está estudando a possibilidade de ingressar com pedidos de indenização por danos morais e materiais contra o autor da chacina, além de averiguar a possibilidade de processar o próprio Estado. “No entanto, o interesse primordial da família é que se faça justiça”, afirma o advogado, que é de Apucarana e mantém escritório em Londrina e em cidades do Vale do Ivaí.
Elizeu Santos da Silva deixou dois filhos, sendo um deles maior de idade e uma menina de 7 anos do último relacionamento. “Vamos pleitear uma pensão para a criança”, adianta o advogado, que considera o crime praticado com um “absurdo” e uma “crueldade”.
Diante da violência empregada e da repercussão nacional, o advogado diz esperar uma pena acumulada de mais de 200 anos de prisão. “Vamos atuar na assistência do Ministério Público para garantir o rigor na punição do autor desse crime”, completa o defensor.
O CRIME
A chacina foi registrada por câmeras de monitoramento do bar. As imagens mostram quando Ezequias, com uma pistola, pede para que as algumas das vítimas fiquem de costas, viradas para a parede. Enquanto isso, Edgar pega uma espingarda calibre 12 mm na caminhonete e, em seguida, atira contra as vítimas. Algumas das pessoas tentam correr, incluindo a adolescente de 12 anos, mas são atingidas fora do bar.
Após a execução, os homens roubaram o dinheiro que estava em uma das mesas de sinuca, além de outros objetos do bar. Eles fugiram em uma caminhonete que estava estacionada em frente ao local. Segundo a polícia, os dois praticaram o crime após perderem uma aposta de R$ 4 mil na sinuca.