O candidato do PT no segundo turno ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, criticou o orçamento secreto do governo Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição. Ao destacar a necessidade de transparência, o ex-prefeito de São Paulo questionou o candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) se ele iria adotar, caso eleito, decretos que impõem 100 anos de sigilo sobre informações públicas e o orçamento secreto, assim como fez Bolsonaro.
"Orçamento se faz estabelecendo prioridades", afirmou Haddad, em debate da Band, nesta segunda-feira, 10. "Quando eu era ministro, eu ouvia a sociedade sobre o que ela queria, não o relator", declarou o ex-prefeito. Tarcísio repetiu a justificativa de Bolsonaro de que a emenda do relator foi instituída pelo Congresso Nacional, e não seria responsabilidade do presidente da República.
Continuando a tentativa de nacionalizar a disputa, Haddad e Tarcísio trouxeram para o centro do debate a governabilidade do próximo chefe do Executivo. "Como se vai governar com um Congresso que é todo centro-direita?", questionou Tarcísio. Haddad criticou que o Executivo virou "refém" do Congresso. "Vai depender do relator repor ou não o dinheiro da farmácia, da moradia, da merenda."
O ex-ministro da Infraestrutura também reclamou da ausência de propostas concretas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que concorre com Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial. "Me surpreendeu outro dia uma declaração do presidente Lula: Eu vou gerar emprego, mas não sei como. Nós vamos tornar o brasileiro mais feliz, mas não sei como. Nós sabemos como. O presidente Bolsonaro sabe como", disse.