O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena, afirmou nesta segunda-feira, 23, durante sabatina realizada pelo SP1, da TV Globo, que não se arrepende de ter dado uma cadeirada em Pablo Marçal (PRTB) durante o debate na TV Cultura no domingo, 15. O tucano, no entanto, prometeu não repetir o ato de violência contra o ex-coach, além de negar ter utilizado o episódio para angariar dividendos eleitorais.
"... Agora, se eu faria de novo, evidente que não faria. Esse sujeito, que foi condenado por um crime qualificado, bandido, que me acusou de inverdade, vai responder no foro adequado, que é onde o bandido tem que responder: na Justiça. Mas eu jamais farei isso de novo ... Se foi utilizado pela campanha, foi mal utilizado, porque eu, em momento algum, fui consultado e não autorizei absolutamente o uso eleitoral disso. Jamais. É uma coisa que não me orgulho de forma alguma e não aconselho ninguém a fazer", disse.
Após o episódio, a campanha de Datena veiculou uma peça de propaganda eleitoral na rádio, onde o candidato justifica a agressão.
Questionado sobre segurança pública, Datena reafirmou sua intenção de aumentar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que atualmente conta com 7.039 agentes, além de defender o fornecimento de mais armamento para a corporação.
"Depende da necessidade. Esses grupos que vão utilizar fuzis podem ser muitos ou não; depende da necessidade. E a violência é cada vez mais crescente em São Paulo. Quanto à guarda, os pelotões serão equipados de acordo com a necessidade do uso de letalidade em determinados batalhões. Quando for enfrentar o crime organizado e a vítima estiver em risco de morte, então o agente será obrigado a utilizar armas letais - não necessariamente para matar, mas para impedir que as vítimas sejam mortas", explicou.
"Quem vai usar fuzis são batalhões especiais, como tem batalhões especiais da polícia que usam fuzis", completou.
Datena também defendeu um maior diálogo tanto com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), quanto com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para combater o crime organizado na capital paulista.
"Todos os atores têm que participar, senão você nunca vai acabar com a violência. Desde a grande violência gerada pelo tráfico de drogas, que movimenta uma quantia enorme de dinheiro, sendo a principal máfia do país e uma das maiores do mundo, até a violência de rua", afirmou.
Em relação à Cracolândia, o tucano propôs que a prefeitura adote ações humanizadas para tratar os dependentes químicos e se declarou favorável à internação compulsória dos usuários de drogas.
"A partir do momento em que um cidadão responsável pela saúde determinar que alguém tomado quimicamente pela droga precisa ser tratado, a internação compulsória deve ser realizada. É lei, e isso precisa ser aplicado", pontuou.
Ainda sobre o tema, Datena criticou as medidas adotadas por gestões anteriores na região da Cracolândia, incluindo a instalação de grades para separar o fluxo de usuários. "O dependente químico não pode ser tratado com violência, como está sendo feito, com grades espalhadas pela cidade, jatos d'água para mudar o fluxo, e assim por diante."
Na área da saúde, o tucano afirmou que pretende ampliar o horário de atendimento dos equipamentos públicos e prometeu construir mais hospitais e UPAs nas periferias da cidade. "Se for possível construir mais UPAs, nós vamos construir mais UPAs. Se for possíveis construir hospitais, nós vamos construir."
Sobre mobilidade urbana, Datena criticou a atual tarifa cobrada aos usuários do transporte público e a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O tucano afirmou ainda que irá ampliar os corredores de ônibus na cidade.
"Em primeiro lugar, você não resolve o problema do transporte coletivo com corredores de ônibus. Eu quero criar o que o prefeito prometeu e não conseguiu com 40 km de ônibus, de corredores de ônibus, com semáforos inteligentes e 'no breaks'. Porque o semáforo que não funciona em amarelo intermitente é pior do que ponto de alagamento intransitável."