A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu temporariamente dois homens investigados por atentados contra residências de membros do conselho deliberativo de um clube recreativo de Francisco Beltrão, no sudoeste do Estado. A ação aconteceu na manhã desta sexta-feira (28), no mesmo município. Também foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos dois. A operação investiga supostos desvios de valores de um clube social da cidade, o Marrecas Clube.
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Um dos presos exerce o cargo de vereador no município e o outro prestava serviços ao clube como funcionário terceirizado. Além dos atentados, eles são suspeitos de desviar valores da instituição e de possíveis ameaças e extorsões.
Apesar de um dos detidos ser vereador, segundo a PCPR, não há nenhuma ligação entre a investigação e a função parlamentar.
CRIME - O crime ocorreu na madrugada de 25 de maio deste ano. Na ocasião, as residências das duas vítimas, localizadas em bairros diferentes, foram atingidas por artefatos explosivos (coquele molotov) em um intervalo de aproximadamente uma hora entre cada ataque.
Conforme o delegado da PCPR, Anderson Andrei, com o início das investigações, verificou-se uma possível conexão entre os atentados devido ao fato de os dois alvos fazerem parte do mesmo clube.
"Também notamos que na data dos crimes estava prevista a realização de uma assembleia geral. Essa reunião teria a finalidade de discutir atos da atual diretoria executiva do clube em relação à prestação de contas", afirmou.
Na reunião, seriam debatidos valores gastos em diferentes momentos de 2023 com execução de serviços e aquisições de materiais e insumos. Ao todo, as quantias registradas superavam R$ 249 mil.
"É importante frisar que, sem a presença dos dois sócios conselheiros que foram vítimas dos atentados, a assembleia não se realizaria. Isso denota, em tese, que os fatos ocorridos naquela madrugada teriam a intenção de intimidar e evitar que a reunião ocorresse", completou o delegado.
Por meio de investigações, a equipe policial chegou a provas de que as intimidações e ameaças teriam iniciado antes mesmo da data do atentado. Algumas teriam sido perpetradas por aplicativos de mensagens e faziam referência a notas fiscais de materiais de construção que teriam sido adquiridos pelo clube.
Diante dos fatos, a autoridade policial representou pela prisão temporária dos suspeitos. Eles foram encaminhados ao sistema penitenciário.
Os materiais recolhidos durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão serão periciados para coletar informações que colaborem no andamento das investigações e no total esclarecimento dos fatos.