A luz é um aspecto fundamental para um bom sono. Calma, isso não quer dizer que você tem que dormir com o abajur ligado. O indicado ainda é descansar em um quarto completamente escuro para ter um sono tranquilo, mas o que acontece é que a variação da luminosidade ao longo do dia é importantíssima para regular o nosso ritmo biológico e nos ajudar a dormir no horário certo. O problema é que, em um mundo tão digital e tecnológico como o nosso, somos expostos de maneira excessiva à luz artificial ao longo de um período de 24 horas, e isso acaba tendo um impacto no nosso organismo.
Por isso, os lighting designers ao criar seus projetos estudam o ciclo circadiano, a representação desse nosso relógio biológico que controla o nosso apetite, sono e estado de vigília, por exemplo. Uma das medidas ideais nos quartos é apostar em fontes de luz de LED com temperatura de cor mais quente, como os tons amarelados, que vão ajudar a desconectar e criar o cenário de transição ideal para a produção da melatonina, o hormônio do sono. “No ambiente noturno, a intensidade das luminárias precisa ser menor e a temperatura de cor em projetos residenciais tem que se aproximar ao tom da chama do fogo para auxiliar a diminuir o ritmo e descansar”, comenta Antonio Carlos Mingrone, titular do escritório especializado Mingrone Iluminação.
Portanto, uma das principais premissas dos projetos luminotécnicos em quartos é contribuir com essa atmosfera de recolhimento. “A iluminação precisa ser sutil, ela é essencial para o bem-estar dentro do quarto e uma boa noite de sono” opina a arquiteta Juliana Fabrizzi. Abaixo, listamos algumas dicas que vão te ajudar a usar a tecnologia a seu favor e ter o merecido descanso ao fim do dia.
Fuja da luz azul
A intensidade da luz azul – que se aproxima da luz do céu, do meio dia – pode suprimir a produção de melatonina, enquanto estimula a produção de dopamina, serotonina e cortisol (que nos deixam em alerta). Muitos dos equipamentos eletrônicos que usamos no dia a dia, como smartphones e tablets, possuem essa luz de cor azul. Assim, a exposição à luz artifical por mais horas ao longo do dia deixa as pessoas mais despertas e produtivas por mais tempo, podendo impactar na qualidade e nas horas de sono. Opte por deixar estes equipamentos de lado de duas a três horas antes de dormir e jamais use este tipo de luz dentro dos quartos.
Dimerize
Uma das medidas que ajuda na iluminação residencial à noite é apostar em um dimmer, que é um dispositivo que regula o nível da iluminação. Ele pode funcionar em uma espécie de interruptor ou um pulsador de campainha, mas é necessário que as lâmpadas sejam dimerizáveis para instalar o sistema corretamente. Os mais modernos são controlados por smartphone. “O dimmer é um recurso valioso tanto para a economia de energia quanto para criar cenários de iluminação de ambiente”, comenta Antonio Carlos Mingrone.
Invista na iluminação indireta
O conforto é a palavra de ordem quando o assunto é iluminação. Por isso, é válido evitar o ofuscamento ao fim do dia e apostar em efeitos de iluminação que joguem o foco de luz para parede ou teto. Abajures, pendentes ou iluminação embutida no teto e cabeceira ajudam a criar este feito de luz difusa. “O importante é pensar no hábito dos moradores. Se uma pessoa gosta de ler no quarto, a luz difusa não funciona. Aí vale a pena investir em uma arandela com a luz mais focada para criar um cantinho de leitura”, comenta Juliana Frazzini.
Aposte nos balizadores
Usar balizadores em quartos ou corredores é uma excelente solução para quem quer andar pela casa à noite sem acender completamente as luzes. Como o próprio nome diz, este tipo de luminária fica nas laterais e indica o caminho, sendo útil para evitar quedas ou tropeções no ambiente noturno. “É possível usar as luminárias balizadoras com sensor de presença para quem acorda muito à noite, por exemplo”, explica Juliana Fabrizzi.
Use automação
Automatizar a iluminação é uma das maneiras mais eficazes de conseguir controlar a sua intensidade e, ao mesmo tempo, reduzir o uso de energia elétrica. Além disso, ela evita a necessidade de toque em interruptores – uma preocupação em tempos de pandemia – já que o controle é feito por smartphones ou comandos de voz. Vale o investimento.
Por: VANESSA D’AMARO, Casa vogue