O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta sexta-feira, 11, que, no mercado futuro, taxa de juros já está sendo precificada em 9,50%. Mais uma vez, ele ressaltou a importância de se realizar um ciclo de flexibilização da Selic com credibilidade. "As condições financeiras começam a melhorar mesmo antes do BC concretizar esse processo de queda de juros. Isso possibilita um processo de queda de juros com maior credibilidade e estabilidade", afirmou, em palestra no Fórum de Gestão Empresarial da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), em Curitiba. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por iniciar o ciclo de afrouxamento monetário com uma queda de 0,50 ponto porcentual dos juros básicos, para 13,25% ao ano, o que surpreendeu uma parte do mercado, que apostava majoritariamente em uma queda mais "parcimoniosa", de 0,25 ponto. O colegiado sinalizou ainda a manutenção desse ritmo de cortes nas próximas reuniões.
Metas FiscaisO presidente do BC repetiu a avaliação de que há hoje uma "desancoragem gêmea" na inflação e no fiscal. "Há uma diferença grande entre metas fiscais do governo e o que mercado acredita. Se o mercado acreditasse que o que será feito de fiscal é exatamente o que o governo promete, a gente teria uma curva de juros lá na frente mais baixa, propiciando uma queda maior e mais duradoura de juros. Essa harmonização de política monetária e fiscal também depende de expectativas", afirmou, na palestra. Mais uma vez, Campos Neto destacou a importância da aprovação de medidas no Congresso para melhorar a arrecadação e possibilitar o cumprimento das metas fiscais. O presidente do BC também renovou o destaque para a necessidade de medidas de cortes de gastos. "A fala do (presidente da Câmara) Arthur Lira sobre revisitar a reforma administrativa é muito importante em um País que gasta muito e tem muitas despesas indexadas", acrescentou.