Moedas Globais: dólar se fortalece ante maioria dos pares rivais, com libra fraca após BoE

Autor: Gabriel Tassi Lara (via Agência Estado),
quinta-feira, 21/09/2023

O dólar se fortaleceu de forma praticamente generalizada hoje, com maior aversão ao risco global após os bancos centrais de países desenvolvidos indicarem que as taxas de juros ficarão em níveis restritivos por mais tempo. Em particular, a libra aproximou-se dos níveis mais baixos intraday desde março deste ano, a US$ 1,223 após o Banco da Inglaterra (BoE) pausar a alta de juros em uma decisão acirrada.

Por volta das 17h (de Brasília), o índice DXY, que mede a divisa dos EUA ante seis rivais fortes, avançava 0,27%, a 105,363 pontos, com euro em baixa a US$ 1,0661, dólar se desvalorizando a 147,52 ienes e libra fechando em US$ 1,2295.

Hoje, o BOE optou por pausar os juros em decisão apertada, com cinco votos favoráveis à pausa e quatro à alta de 25 pontos-base. O desempate coube ao presidente da autoridade monetária, que indicou que os juros vão permanecer em território restritivo por muito tempo, e que os investidores podem esperar cortes apenas em meados de 2024. Após a decisão, a libra se desvalorizou frente ao dólar e atingiu marca mais baixa em seis meses. Segundo a Convera, a moeda deve continuar em queda no curto prazo, e no longo pode continuar caindo, a depender se a autoridade vai conseguir evitar uma recessão.

Na Turquia, a lira turca se desvalorizou e o dólar recuava a 27,116 liras após o BC do país elevar sua taxa de juros de 25% para 30%. Porém, segundo a Capital Economics, muito mais aperto será necessário para combater a inflação. A expectativa é que a taxa suba até 35% até o fim do ano, embora ainda abaixo do nível ideal.

Em destaque, o iene recuperou-se frente ao dólar hoje, em meio à intensa desvalorização, na esteira da cautela antes da decisão de juros do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), que acontece amanhã.

Na África do Sul, o dólar valorizou-se a 18,952 rands sul-africanos, depois do BC do país manter o juro básico em 8,25% pela segunda vez consecutiva.