O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a economia brasileira pode crescer 3,5% neste ano. Segundo ele, não se tratará de um resultado "excepcional", mas ainda assim seria "virtuoso" dada a conjuntura. Ele deu as declarações no México, onde participa do encerramento de um encontro empresarial.
"Todo mundo está surpreso porque a economia brasileira pode crescer 3,5%. Não é um crescimento excepcional, porque o Brasil já cresceu a 14% ao ano. O Brasil já cresceu 10%. Eu deixei a Presidência da República em 2010 com a economia crescendo 7,5%. Não é um crescimento extraordinário, mas em função da realidade da economia internacional hoje é muito virtuoso e resultado de muito trabalho", disse Lula.
O petista disse que Brasil e México não utilizam 70% de seus potenciais, que, nas suas palavras, seriam "extraordinários". Ele afirmou que os países precisam fazer novos acordos comerciais "sem medo de discutir" e "o mais rápido possível".
Lula também disse que essas conversas precisam ter em vista que bons acordos comerciais são vias de mão dupla. "Eu quero vender, mas eu quero comprar. É preciso que haja um balanço equilibrado nessa relação político-comercial. Porque ninguém aguenta ter déficit a vida inteira. É preciso que a gente tenha equilíbrio", declarou o petista.
O presidente brasileiro afirmou que não há explicação para ainda haver fome no Brasil e no México. Ele convidou a presidente eleita do país, Claudia Sheinbaum, para a iniciativa contra a fome que articula com outros líderes internacionais. Ele afirmou que o atual presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, facilitou negociações com o Brasil e que a futura mandatária tem de fazer ainda melhor.
Lula disse ser extraordinário que o México tenha eleito uma mulher. E que o governo dá sinais de que será comprometido com as "melhores práticas" da democracia. O petista definiu a nova gestão no país latino como um "jogo que começa" e que é importante para o Brasil.