Dólar tem leve baixa em dia de dados positivos na China e ganhos com commodities

Autor: Paula Dias (via Agência Estado),
sexta-feira, 15/09/2023

O dólar iniciou a sexta-feira contabilizando leve baixa, na esteira de um ambiente externo favorável, principalmente por conta do noticiário sobre a China. Os indicadores de indústria e comércio acima das estimativas e o corte de juros promovido pelo banco central local (PBoC) garantem alta às commodities, o que beneficia moedas da países emergentes e exportadores de matérias-primas internacionais, como o Brasil.

Por aqui, o destaque da manhã fica com as vendas do comércio varejista, que subiram 0,7% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal, conforme informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima da mediana das previsões de especialistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que apontava avanço de 0,5%. Na comparação com julho de 2022, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 2,4% em julho. Nesse confronto, a mediana das estimativas era de alta de 2%.

O dólar vem de duas quedas significativas nos últimos dias, provocadas em parte pela percepção de que o Federal Reserve irá manter inalteradas as taxas básicas de juros em sua reunião de política monetária, que ocorre na próxima semana. Ontem o Banco Central Europeu (BCE) elevou seus juros pela décima vez consecutiva, mas indicou que esse foi o último ajuste do atual ciclo de aperto monetário.

Hoje o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, disse que a instituição não tem uma meta de quando começar a reduzir juros e que expectativas do mercado de que o primeiro corte virá em junho de 2024 podem acabar não se materializando. "É uma aposta dos mercados. Pode estar certa ou errada", disse Guindos, em entrevista a uma emissora de rádio espanhola.

Quanto à China, o Société Générale avalia que, depois da fraqueza vista em julho, os dados de agosto de atividade chinesa "mostraram uma bem-vinda melhora de base disseminada". O setor industrial e os investimentos em manufatura voltaram a ganhar impulso, enquanto as exportações mostraram sinais de estabilização. O crescimento do crédito de novo acelera, graças a um impulso fiscal mais forte, enquanto o PBoC intervém para garantir liquidez, como com o corte de ontem no compulsório, lista o banco francês, em comentário a clientes.

Às 9h47, o dólar à vista era cotado a R$ 4,8628, em baixa de 0,20%. No mercado futuro, o dólar para liquidação em outubro cedia 0,17%, aos R$ 4,8710.