Com leitura do IPCA-15 bem absorvida pelo mercado, e recuperação de preços do minério após o tombo do dia anterior na China, o Ibovespa seguiu em alta nesta terça-feira, em que avançou 1,61%, aos 131.689,37 pontos, no que foi seu maior ganho diário desde 6 de fevereiro (+2,21%) e também o maior nível de fechamento desde 8 de janeiro, então aos 132.426,54 pontos.
Hoje, descolada de Nova York - que fechou sem sinal único -, a referência da B3 oscilou de mínima a 129.612,94, na abertura, até os 131.696,37 pontos (também +1,61%), na máxima do dia, com giro a R$ 21,9 bilhões. Nessas duas primeiras sessões da semana, o Ibovespa sobe 1,75%, colocando os ganhos do mês a 3,08% e limitando as perdas do ano a 1,86%.
"O dado de fevereiro do IPCA-15 mostrou aceleração em relação a janeiro, como se esperava. A pressão do grupo de educação - em alta de 5,07%, com impacto de 0,30 ponto porcentual no índice - é sazonal, em função de reajustes concentrados nessa época do ano", diz Lucas Serra, analista da Toro Investimentos.
Com alta de pouco mais de 1% para o minério de ferro em Dalian, após a queda de 3% nos preços da commodity no dia anterior, Vale ON, a ação de maior peso no Ibovespa, subiu hoje 2,63%, mais do que recuperando a queda de 2,42% registrada ontem. As demais ações de maior liquidez também foram bem nesta terça-feira, com os ganhos entre os grandes bancos chegando a 2,08% (Santander Unit) no fechamento. Mais cedo, Petrobras ON e PN acompanhavam ao longe novo avanço nas cotações do petróleo, que recolocou o Brent a US$ 83 por barril - mas a ON virou e caiu 0,25% e a PN cedeu 0,14%, no fechamento.
Na ponta do Ibovespa, destaque para Pão de Açúcar (+12,57%), BRF (+8,14%) e Dexco (+7,65%). No lado oposto, BTG (-1,06%), Prio (-1,00%) e Totvs (-0,82%). Com o recuo na curva de juros doméstica, induzido na sessão pela leitura abaixo do esperado para o IPCA-15 de fevereiro, o índice de consumo foi destaque nesta terça-feira, em alta de 3,28%, à frente do índice de materiais básicos (+1,85%), mais correlacionado ao exterior.
"O dia foi sem grandes destaques no exterior, com agenda mais tranquila e estabilização na curva de juros nos Estados Unidos. Os dados sobre as encomendas de bens duráveis, em queda de 6%, ajuste acima do esperado, não produziram grande efeito nos rendimentos dos Treasuries. Ainda há ameaças com relação ao tráfego de petroleiros pelo Mar Vermelho, o que levou a novo avanço da commodity assim como a notícia de que a Opep+ deve prolongar cortes de produção. Mas sem grande efeito para nossas petroleiras, com o dólar em queda de quase 1% na sessão", observa Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, destacando, por outro lado, o pregão de retomada nas ações do setor metálico.
Na agenda doméstica, "foi uma grata surpresa o IPCA-15 de fevereiro, com as esperadas pressões vindas de educação, principalmente, e da nova alíquota sobre combustíveis; mas pressões abaixo do que se esperava para o mês, na medida em que foram compensadas por quedas em outras categorias, como a de passagens aéreas, em forte retração de 10% no mês, o que ajudou o índice", acrescenta a analista.