O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta sexta-feira, 15, ter mobilizado mais R$ 7,3 milhões em doações para fortalecer a iniciativa Viva Pequena África, de fomento a projetos de preservação e valorização da memória e herança africanas. Os três novos doadores são a Ford Foundation, a Open Society Foundations e o Instituto Ibirapitanga.
"A Pequena África é o pré-sal do movimento negro, é a riqueza das culturas", disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, durante o G20 Social, no Rio de Janeiro. "Aquilo tem que ser valorizado como porta de entrada do que é a nossa história, do Brasil, e não apagado como foi por décadas."
Segundo o banco de fomento, a Ford Foundation e a Open Society Foundations doarão US$ 500 mil cada, o correspondente a cerca de R$ 2,9 milhões, cada. Já o Instituto Ibirapitanga aportará R$ 1,5 milhão à iniciativa executada pelo Consórcio Viva Pequena África, formado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), pela PretaHub e pela Diaspora.Black.
"Não é pouca coisa ter o BNDES nessa luta. E quero o BNDES junto em outras lutas daqui pra frente", disse o diretor da Fundação Ford no Brasil, Atila Roque.
O plano de ação da iniciativa, coordenado pelo BNDES, foi motivado pelo reconhecimento do Sítio Arqueológico Cais do Valongo como Patrimônio Cultural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), lembrou o banco de fomento. O projeto já tem o apoio não reembolsável de R$ 10 milhões em recursos do Fundo Cultural do BNDES.
"Ao todo, está previsto um investimento total de R$ 20 milhões em projetos e ações de capacitação e articulação das instituições de memória africana do território da Pequena África, para fortalecer as instituições culturais ali presentes e, com isso, fomentar o turismo cultural e a comercialização de produtos de afroempreendedores, conectando o território aos principais circuitos turísticos nacionais e internacionais", informou o banco de fomento.