Cientistas do Reino Unido utilizam luz verde para alterar geneticamente embriões humanos

Autor: Da Redação,
terça-feira, 02/02/2016
Foi garantida permissão para alterar o DNA embriões durante os sete primeiros dias seguintes à fertilização - Fonte: independent.co.uk

Cientistas do Reino Unido terão autorização para modificar geneticamente embriões humanos pela primeira vez na história, depois de receber uma licença para conduzir pesquisas inovadoras nos primeiros estágios da vida humana.

Foi garantida permissão para alterar o DNA embriões durante os sete primeiros dias seguintes à fertilização, o que ajudará a descobrir as causas do aborto espontâneo que ocorre em alguns casos.

Permanece ilegal para os cientistas implantar os embriões alterados em mulheres, mas a decisão foi um marco para o uso da tecnologia revolucionária conhecida como Crispr-Cas9.

A licença foi garantida pela UK's independent Human Fertilization and Embriology Authority, HFEA (Autoridade de fertilização humana e embriologia do Reino Unido). Entretanto, o comitê não permite que se faça alteração genética até que o projeto receba aprovação de um júri de ética, o que se espera atingir até março.

O projeto está sendo liderado pela Dra. Kathy Niakan do Instituto Francis Nick, Londres, onde seus colegas afirmaram estar satisfeitos com a aprovação de seu pedido de licença.

A maior parte das solicitações de Niakan foram dedicadas a abordar os problemas éticos que cercam a alteração genética de embriões humanos. Depois da aprovação do Ato de Fertilização Humana e Embriologia, em 2008, o Reino Unido tem uma das legislações mais fortes do mundo neste campo.

Durante a pesquisa, os cientistas irão cortar o código genético de embriões, isolar segmentos individuais de DNA e analisar como eles contribuem para o crescimento e comportamento do futuro indivíduo.

Um embrião possui cerca de 250 células nos primeiros sete dias de vida, e uma grande parte destas é absorvida pela placenta. Entender quais genes controlam este processo iria aumentar as chances de fertilização in vitro sucederem.

Uma das maiores preocupações é o risco de as alterações gerarem efeitos negativos no corpo do futuro indivíduo. Também há chances de "erros genéticos" serem passados para as próximas gerações.

Entretanto, cientistas aclamaram a decisão como "um passo encorajador" no caminho para que Crispr-Cas9 produza resultados clínicos.

Fonte: The Independent