Região tem três cidades com risco de surto de dengue

Autor: Da Redação,
sábado, 30/01/2016

O último Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa), divulgado nesta semana pela 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana, é motivo de preocupação. São três cidades da região com risco de surto, quando a infestação do mosquito está acima de 4%: Borrazópolis (5,52%), Cambira (7,23%) e Rio Bom (7,11%). Outras treze cidades estão em situação de alerta, pois estão com infestação entre 1% a 3,9%. Apenas um município está em situação satisfatória. É Faxinal, que tem menos de 1% de infestação (ver gráfico).

A maior presença do mosquito preocupa, ainda mais agora que a Região Norte do Paraná confirmou também o primeiro caso de zika vírus, que pode causar microcefalia. O infectado é um idoso de 68 anos, que já está em tratamento. A preocupação com o Aedes aegypti motivou uma campanha estadual, que será realizada no sábado de Carnaval (6). A mobilização “Hora H - Todos contra o Mosquito” visa conscientizar a população para ajudar no combate ao mosquito, em especial, na eliminação de criadouros (ver box). A região da 16ª RS tem 16 casos de dengue confirmados desde agosto de 2015. São 11 autóctones (contraídos nos próprios municípios) e 5 importados. Apucarana (7 casos) e Jandaia do Sul (3 casos) são os municípios com maior número de ocorrências. Arapongas, Bom Sucesso, Faxinal, Kaloré, Novo Itacolomi e São Pedro do Ivaí apresentaram um caso cada.

O número até parece irrisório diante do registrado entre agosto de 2014 a julho de 2015, quando foram confirmados na 16ª RS 5.390 casos da doença, sendo 5.289 autóctones e 101 importados. Porém, o chefe da Divisão da Vigilância em Saúde da 16ª RS, Marcos Costa, alerta que o período mais crítico da doença está por vir. “No ano passado, o volume de casos tornou mais expressivo a partir de dezembro e alguns municípios entraram em situação de epidemia a partir de março”, recorda. Em 2015, Borrazópolis, Marilândia do Sul, Rio Bom, Califórnia e Mauá da Serra registraram epidemia de dengue. Um óbito, em Borrazópolis, foi confirmado por causa da doença no âmbito da 16ª RS. Costa avalia que o avanço da infestação do Aedes aegypti é reflexo também das fortes chuvas que caíram sobre a região nos últimos dias, que aliadas ao calor da estação, criam o ambiente perfeito para a proliferação do mosquito. Diante deste quadro, ele pede a colaboração da população no combate ao mosquito da dengue, não deixando recipientes com água parada no quintal, por exemplo. Até o último dia 26 foram confirmados cinco óbitos em todo o estado, quatro somente em Paranaguá. Ao todo, o Paraná já confirmou 2.203 casos de dengue.



Chuva ampliou o problema, dizem prefeituras O secretário de Saúde de Cambira, Norberto Pena, argumenta que as chuvas contribuíram para o aumento de infestação, mas que medidas já foram tomadas para reverter o quadro. “Apesar do índice alto de infestação, não foi registrado nenhum caso de dengue no município”, afirma. O coordenador de endemias, Heraldo Calsavara, complementa que três agentes de endemias foram contratados para reforçar a equipe. Agentes de Saúde também ajudam no combate ao Aedes aegypti. “São 17 profissionais fazendo visitas em todas as casas e empresas. Os pontos mais críticos eram o Parque Industrial e o Distrito de Sete de Maio, mas acredito que após a orientação dos agentes os números já tenham mudado”, diz. O secretário de Saúde de Rio Bom, José Andrade, também credita a alta no índice de infestação à condição climática dos últimos dias.

“Voltamos ao trabalho na última semana. Alguns dias o alto volume de chuva impediu o trabalho dos agentes de endemias, mas agora estamos intensificando as ações. O arrastão que acontecia uma vez por mês, agora será feito a cada 15 dias”, afirma. "Hora H” no sábado de Carnaval A 16ª Regional de Saúde (RS), de Apucarana, prepara ação de combate ao mosquito Aedes aegypti para o dia 6 de fevereiro, sábado de Carnaval. A iniciativa, que faz parte de uma medida da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), é denominada de “Hora H - Todos contra o Mosquito” e visa conscientizar a população para ajudar no combate ao mosquito, em especial, na eliminação de criadouros. “Esta ação tem por objetivo visitar 100% das residências e entregar aos moradores um checklist, para que identifiquem possíveis focos no quintal”, explica o chefe da Divisão da Vigilância em Saúde da 16ª RS, Marcos Costa. Na região da 16ª RS serão entregues cerca de 150 mil panfletos. A Ação vai contar também com a participação de instituições privadas e clubes de serviços.