Arapongas pode ficar sem transporte coletivo

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 01/10/2014
O número de usuários dos cerca de 20 ônibus de Arapongas chega a 5 mil todos os dias - Fotos: Sérgio Rodrigo

A Transporte Urbano Arapongas (TUA), que opera o transporte público do município, pode abandonar o serviço. Sem reajuste neste ano, a empresa reivindica um aumento de mais de 50% na tarifa ou subsídio para manter os ônibus rodando. A Prefeitura já anunciou que subsídio está fora de questão e, ontem, os funcionários da empresa aprovaram indicativo de greve e dão 72 horas para que um acordo seja feito.

O diretor da TUA, Roberto Jacomelli, afirma que a empresa está trabalhando no vermelho. “Não há viabilidade econômica. Não existe um reajuste positivo em 23 meses. Nesse período, inclusive, o preço baixou. A demanda no município é muito baixa, poucos utilizam o transporte público”.

Jacomelli aponta apenas duas alternativas para que o serviço não seja encerrado. “Precisamos subir a arrecadação. Sendo assim, ou passamos o valor total para o usuário do serviço, ou a Prefeitura subsidia parte do aumento. Precisamos de um equilíbrio financeiro. Isso já está sendo tratado desde abril, mas até agora não tivemos avanço”, afirma.

O número de usuários dos cerca de 20 ônibus de Arapongas chega a 5 mil todos os dias. Pouco para um município de mais de 113 mil habitantes. A tarifa atual é de R$ 2,15. Em Arapongas o sistema não é integrado. Segundo o diretor, a tarifa ideal seria de R$ 3,30, um aumento de 53,4%. O impasse em relação ao reajuste emperrou também as negociações com o sindicato dos trabalhadores. A data-base do reajuste salarial é setembro.

Ontem, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina (Sinttrol), que tem área de atuação abrangendo Arapongas, realizou uma assembleia no Terminal Rodoviário do município. Ao todo, 36 funcionários participaram de uma votação para decidir a possibilidade da categoria entrar em greve. Cerca de 80% dos votantes, ou 26 pessoas, votaram a favor, seis votaram contra, e houve um voto em branco.

“Agora, a empresa será notificada da decisão e terá um prazo de 72 horas para tomar alguma providência. Soubemos que a empresa pode sair da cidade e, por isso, a Prefeitura também será notificada, visto que ela pode assumir o serviço. Lutaremos até o fim para que não haja greve, mas a situação do transporte público na cidade nos preocupa muito”, afirma o presidente do sindicato, João Batista da Silva.

A pauta de reivindicações da classe contempla um reajuste salarial de 4% acima do índice da inflação nos últimos 12 meses.