Filas e reclamações marcam 1º dia de greve do transporte coletivo

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 10/02/2023
Os pontos de ônibus ficaram lotados e os moradores da cidade, mesmo apoiando o movimento, reclamaram

O usuário do transporte coletivo de Apucarana precisou ter bastante paciência nesta sexta-feira (11). O primeiro dia de greve dos motoristas e funcionários foi marcado pelo tempo de espera. Os pontos de ônibus ficaram lotados e os moradores da cidade, mesmo apoiando o movimento, reclamaram. 

A professora Geovana Cristina Luciano precisou esperar mais de 40 minutos pela circular. "Uso o transporte três vezes por semana para dar aulas de desenho para os meus alunos. De manhã o ônibus já não passou no ponto no meu bairro, Jardim Aeroporto, tive que andar e embarcar em outro ponto, e agora tarde, já era para eu estar em casa, mas a circular está atrasada. Os motoristas estão no direito deles, mas prejudica bastante a gente", disse.

Marli Silva, de 50 anos, também é professora e chegou atrasada no trabalho. "Eu moro no Residencial Parque da Raposa, a circular demorou para passar, cheguei 15 minutos atrasada na escola que eu trabalho. Não tenho carro, nem moto, trabalho na Vila Reis, não tem como ir a pé", detalha. 

Três vezes por semana, a doméstica Eliana Fátima da Silva ,de 53 anos, precisa sair do Jardim Trabalhista e ir até a casa que ela trabalha, no centro da cidade. No período da manhã, ela conseguiu carona, já para voltar pra casa dela, teve que esperar. "Já era pra eu ter chegado em casa, mas até agora nada, são mais de 40 minutos esperando. Eles estão no direito de reivindicar, mas prejudica muito a gente", opina. 

A costureira Rosana Bento , de 38 anos, aproveitou o dia de folga para doar sangue, porém, e esperou pelo menos uma hora para voltar pra casa. "Moro no Sumatra, a circular já passou lotada e não parou para pegar a gente. Eu vim doar sangue, e agora, estou esperando faz tempo pra ir embora. A greve é justa, eu apoio, a empresa tem que pagar melhor, mas é muito ruim deixar a gente na mão", comenta. 

O que diz a empresa:

O advogado Victor Marcondes, que representa a Viação Apucarana Ltda (VAL), afirmou na tarde desta sexta-feira (10) que a empresa manteve diálogos durante o dia com o Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Anexos de Apucarana (SINCVRAAP). Ele afirma que a empresa chegou “no limite” e que a empresa conversou, negociou e exerceu todo o seu papel. 

Na última proposta apresentada aos motoristas e demais trabalhadores, a VAL propôs aumento de 6,9% no salário da categoria, que passaria de R$ 2.245 para R$ 2.400, além de reajuste de 42% no vale alimentação, que sairia dos R$ 95 para R$ 135, com reposição de mais R$ 70 a partir de dezembro, fixando o valor do vale em R$ 205

“A empresa colocou a proposta na mesa. Ali, a gente já deixou claro que tinha um limite. Isso foi expressado e não mudou. Temos responsabilidade e um senso de dever de cumprimento desse papel. A gente sabe que legalmente a empresa está cumprindo com todas as obrigações e indo até além, porque (a última proposta) tem um avanço significativo”, afirma.

Ele observa que a VAL espera que o sindicato da categoria convença os motoristas a encerrar a greve, evitando mais prejuízos à população. A reportagem tentou contato nesta sexta-feira à tarde com o presidente do  SINCVRAAP, Ronaldo Santana da Silva, para atualizar a posição da categoria, mas ele estava em reuniões e não respondeu as mensagens.