Tribuna do Norte Online

Família comemorou última quimio antes da morte de apucaranense

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 04/04/2025
Família comprou bolo para comemorar última quimioterapia de Gisele Família comprou bolo para comemorar última quimioterapia de Gisele

Os familiares de Gisele Ipólito, 41 anos, compraram um bolo para comemorar a última quimioterapia da moradora de Apucarana (PR), sem imaginar que ela morreria dias depois. Gisele lutava contra um câncer no colo do útero desde o ano passado e estava em tratamento na Unidade de Tratamento do Câncer do Hospital da Providência. A família dela acredita que a morte foi causada por negligência após o equipamento de quimioterapia ser manuseado incorretamente por um enfermeiro, fazendo com ela recebesse 1 litro de medicamento de uma vez. O hospital apura a denúncia.

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A filha de Gisele, Naiury Ipólito, relata que no dia da última sessão de quimioterapia, em 18 de março, a unidade de tratamento estava lotada e que sua mãe foi transferida para o Materno Infantil, onde o procedimento começou.

"A pressão dela caiu e tiraram ela do materno e levaram para o pronto-socorro do Providência. Lá, um enfermeiro a atendeu e ela avisou que a bomba (do aparelho) estava apitando porque estava fora da tomada. Nisso, ele ligou na tomada e abriu", relata. Conforme Naiury, o saco de quimioterapia contém 1 litro de medicamento que deveria ser ministrado durante três dias. " Uma quimioterapia que era para durar três dias durou apenas 40 minutos", reitera.

Naiury disse que não havia acompanhantes durante a sessão e o marido de Gisele foi impedido de entrar no local. "Eles não deixaram meu pai ficar com ela. Recebi ligação do meu pai dizendo que ela havia passado mal e fomos correndo para o hospital. Chegando lá, fomos informados de que ela seria liberada", conta.

A jovem acompanhou a mãe dentro da ambulância e notou que o saco com o medicamento da quimioterapia estava vazio. Segundo Nayuri, uma enfermeira oncológica confirmou à família que não estava correto a paciente receber todo o medicamento de uma vez.

"(Quando recebeu alta) ela aparentemente estava bem. No fim de semana, a boca dela encheu de aftas que apareceram até na garganta e ela não conseguia mais se alimentar", conta.

Gisele foi internada e entubada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde faleceu. "Ficando sem comer, deu uma desidratação severa, o que causou a morte da minha mãe", relata.

A morte gerou repercussão após a família acusar um enfermeiro do hospital por negligência ao manusear o equipamento de quimioterapia incorretamente. "Ele estava mexendo com uma vida e não deixou meu pai entrar para explicar o que estava acontecendo. Ela tomou toda aquela dose em um dia só", afirma Naiury.

Gisele foi sepultada nesta sexta-feira (4), no Cemitério Cristo Rei.

Em resposta ao TNOnline, o Hospital da Providência informou que está verificando os fatos.