Os familiares de Gisele Ipólito, 41 anos, compraram um bolo para comemorar a última quimioterapia da moradora de Apucarana (PR), sem imaginar que ela morreria dias depois. Gisele lutava contra um câncer no colo do útero desde o ano passado e estava em tratamento na Unidade de Tratamento do Câncer do Hospital da Providência. A família dela acredita que a morte foi causada por negligência após o equipamento de quimioterapia ser manuseado incorretamente por um enfermeiro, fazendo com ela recebesse 1 litro de medicamento de uma vez. O hospital apura a denúncia.
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A filha de Gisele, Naiury Ipólito, relata que no dia da última sessão de quimioterapia, em 18 de março, a unidade de tratamento estava lotada e que sua mãe foi transferida para o Materno Infantil, onde o procedimento começou.
"A pressão dela caiu e tiraram ela do materno e levaram para o pronto-socorro do Providência. Lá, um enfermeiro a atendeu e ela avisou que a bomba (do aparelho) estava apitando porque estava fora da tomada. Nisso, ele ligou na tomada e abriu", relata. Conforme Naiury, o saco de quimioterapia contém 1 litro de medicamento que deveria ser ministrado durante três dias. " Uma quimioterapia que era para durar três dias durou apenas 40 minutos", reitera.
Naiury disse que não havia acompanhantes durante a sessão e o marido de Gisele foi impedido de entrar no local. "Eles não deixaram meu pai ficar com ela. Recebi ligação do meu pai dizendo que ela havia passado mal e fomos correndo para o hospital. Chegando lá, fomos informados de que ela seria liberada", conta.
A jovem acompanhou a mãe dentro da ambulância e notou que o saco com o medicamento da quimioterapia estava vazio. Segundo Nayuri, uma enfermeira oncológica confirmou à família que não estava correto a paciente receber todo o medicamento de uma vez.
"(Quando recebeu alta) ela aparentemente estava bem. No fim de semana, a boca dela encheu de aftas que apareceram até na garganta e ela não conseguia mais se alimentar", conta.
Gisele foi internada e entubada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde faleceu. "Ficando sem comer, deu uma desidratação severa, o que causou a morte da minha mãe", relata.
A morte gerou repercussão após a família acusar um enfermeiro do hospital por negligência ao manusear o equipamento de quimioterapia incorretamente. "Ele estava mexendo com uma vida e não deixou meu pai entrar para explicar o que estava acontecendo. Ela tomou toda aquela dose em um dia só", afirma Naiury.
Gisele foi sepultada nesta sexta-feira (4), no Cemitério Cristo Rei.
Em resposta ao TNOnline, o Hospital da Providência informou que está verificando os fatos.