Em Apucarana, nos últimos 12 meses, o preço da cesta básica aumentou 13,7%. A informação foi repassada após um estudo do Núcleo de Conjuntura Econômica de Estudos Regionais (Nucer) da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).
Quase tudo ficou mais caro, dos 13 itens, onze apresentaram elevação do preço no período. O vilão da inflação, entretanto, foi o óleo de soja, que ficou 92,6% mais caro.
O levantamento com base nos índices de preços acumulados nos últimos 12 meses também mostra a evolução do custo do arroz, que aumentou 56,7%. Também sofreram aumento significativo o valor de alimentos como carnes (28,84%), açúcar (20,07%), manteiga (9,66%) e café em pó (8,46%).
Todos esses itens subiram mais que o salário mínimo, reajustado em 5,26%. Itens que subiram menos foram banana (4,69%), feijão (4,49%), leite (4,33%), batata (3,48%) e farinha de mandioca (2,61%). Somente os preços do pão francês e do tomate caíram 1,59% e 15,47%, respectivamente.
Proprietário de um restaurante Paulo Sérgio Honório, percebeu a inflação no preço dos alimentos básicos que compõem as refeições vendidas em seu estabelecimento. “Arroz e óleo são os produtos que mais usamos e acaba pesando no bolso, porque sempre utilizo as mesmas marcas para manter a qualidade da comida, porque dá diferença de uma marca para outra”, comenta.
Por semana. Honório gasta 70 litros de óleo de soja e aproximadamente 180 quilos de arroz. Apesar da inflação, ele afirma que ainda não repassou o reajuste ao preço final da refeição. “É um aumento significativo e se for repassar no preço da refeição, fico sem cliente”, afirma.
Mesmo não repassando o preço final, o empresário afirma que consegue evitar prejuízo, porém, os lucros não cobrem melhorias no restaurante. “Consigo trabalhar com uma margem de lucro que diminuiu pela metade. Sobra para pagar contas e funcionários, mas não sobra para investir no restaurante. O que é complicado porque sempre precisa trocar alguma coisa na cozinha”, comenta.
Em relação a movimentação, Honório percebeu uma queda de 50% de janeiro até maio por causa do aumento no número dos casos de coronavírus na cidade.
Conforme a pesquisa da Unespar, em abril deste ano o custo da cesta básica regional ficou em R$ 513,88. O valor representa 46,72% do salário mínimo vigente de R$1,1 mil.