Pesquisa da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) aponta que a diferença salarial entre homens e mulheres em Apucarana chegou a 2,75% em 2022, bem abaixo da média estadual (28%) e nacional (21%). O dado foi apresentado durante palestra sobre o tema realizada no Sesc e que integra a programação do Mês da Mulher.
No levantamento foram analisados dados dos últimos 10 anos a partir de informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Relação Anual de Informações Sociais (Rais), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC-T).
O dado surpreendeu a professora Tânia Terezinha Rissa, mestre em economia e delegada do Conselho Regional de Economia (Corecon), que realizou o levantamento. De acordo com ela, em 2002 a disparidade salarial chegou a 30% no município. “A diferença foi evoluindo, teve períodos de queda e elevação. E em 2022 chegou a 2,75%”.
A economista avalia a queda como reflexo das políticas públicas desenvolvidas na cidade, além da representatividade feminina com mulheres ocupando espaços importantes em diversos setores. “Elas foram lutando pelo seu lugar no mercado de trabalho e essa defasagem salarial foi diminuindo. Pode ter acontecido por políticas públicas, pelo aumento da consciência empresarial ou até mesmo visando cumprir a legislação”, afirma.
Tânia ressalta, entretanto, que a equidade salarial é um direito previsto em lei desde 1943, com a promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O artigo 461 da CLT estabelece que “sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade”.
- LEIA MAIS: Apucarana vai ampliar ações em prol das gestantes e da saúde da mulher
O prefeito Junior da Femac afirma que a redução da diferença salarial em Apucarana pode ser explicada pelo perfil econômico do Município e também devido às políticas públicas implementadas pela Prefeitura. “Qual é o sentido de um homem e de uma mulher que fazem a mesma coisa, porém recebem remunerações diferentes?”, questiona Junior da Femac, acrescentando que a palestra é um momento que foi criado para debater amplamente o tema e “tocar nesta ferida” da sociedade.
EMPREGOS E RENDA
Apucarana foi o município que mais gerou empregos para mulheres na região em 2022. Dos 266 postos de trabalho criados entre janeiro a dezembro do ano passado, 214 foram ocupados por mulheres, o que corresponde a 80,5% do total. O levantamento feito pelo Núcleo de Conjuntura Econômica e Estudos Regionais (Nucer) do campus apucaranense da Unespar com base nos dados do Caged mostra que na região os homens ainda representam a maioria das contratações. No ano passado os 26 municípios do Vale do Ivaí fecharam com saldo de 1.614 postos de trabalho, sendo que 796 (49,3%) vagas foram ocupadas por mulheres e 818 (50,6%) por homens.
Por, Cindy Santos com assessoria