A APP Sindicato de Apucarana e Arapongas divulgou uma nota nesta quinta-feira (06), reafirmando o posicionamento contrário em relação a volta as aulas, antes da vacinação dos professores. A entidade sindical afirma que os educadores estão preocupados com um possível retorno as aulas sem que a imunização esteja concluída.
Ainda segundo a nota, prefeitos de todos os municípios representados pelo núcleo sindical serão visitados por representantes da APP para discutir o assunto.
“Desde o início da pandemia, a APP-Sindicato se posiciona contra o retorno às aulas presenciais até que todos os professores e funcionários estejam vacinados contra a covid-19. Com o novo posicionamento do governo de um possível retorno às escolas antes da vacinação, os educadores têm demonstrado uma imensa preocupação em serem contaminados, assim como os estudantes”, diz a nota.
Ainda segundo o documento divulgado, o Paraná já soma mais de 23 mil mortes e os índices não demonstram nenhuma segurança para o retorno presencial. “Frente a mais esta atrocidade do governo, nos próximos dias, a APP Apucarana fará uma visita a todos os prefeitos dos municípios que compõem o núcleo sindical. É um diálogo com os representantes de cada cidade sobre o perigo que este retorno representa para toda a sociedade, com um índice de proliferação ainda maior, o que significa mais leitos ocupados e mais mortes no nosso estado. A APP Apucarana e Arapongas esperam que com essa abertura por parte das prefeituras e com o apoio dos prefeitos, a saúde de toda a categoria e dos paranaenses fique assegurada”, finaliza a nota da entidade.
Professores de Apucarana que atuam na rede estadual de educação estão preocupados com o retorno às salas de aula em meio a pandemia do coronavírus. Os profissionais da categoria questionam se a retomada das atividades presenciais, anunciada na manhã desta terça-feira (04) pelo governador Ratinho Júnior, será feita de uma forma segura.
Educadores demonstram preocupação
A pedagoga e professora de geografia Fabielle de Oliveira, de 35 anos, é contra a volta as aulas antes de toda a população ser vacinada. “A pandemia ainda está com números altos, não fomos vacinados e todos colégios possuem diversos funcionários do grupo de risco. A escola está fechada, mas não paramos de trabalhar em nenhum momento, os alunos não deixaram de ter aula em nenhum dia. A culpa desta Pandemia não é nossa, se houvesse ações mais contundentes dos governos federais/estaduais poderíamos estar retornando sim e com segurança para todos, mas não é esta a realidade deste país no momento. E além de tudo isso temos diversos colegas doentes e vários que faleceram por Covid. Estamos trabalhando neste momento em casa com nosso emocional totalmente abalado! Agora querem que além disso a gente retorne com medo também? ”, desabafa.
Ela se considera privilegiada por poder trabalhar de sua casa, no ensino remoto, mas afirma que os afazeres triplicaram no período. “Trabalhamos com alunos com condições financeiras diversas. Muitos só conseguem o acesso por atividades impressas, outros pelos aplicativos disponibilizados. Muitos alunos neste período estão precisando trabalhar em modelo informal para ajudar no sustento de suas casas e com isto o acesso destes alunos nas aulas tem problemas que vão além”, comenta.