Alta de juros preocupa empresários de Apucarana

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 11/05/2022
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O cenário de alta de juros no Brasil está preocupando empresários de Apucarana, que estão evitando novos financiamentos e, dessa forma, “segurando” investimentos. Por conta das dificuldades de obtenção de crédito, a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (Acia) está se mobilizando junto ao poder público em busca de soluções para socorrer o empresariado da cidade.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central promoveu no último dia 4 o 10º aumento seguido da taxa básica de juros da economia, a Selic. De janeiro de 2021 a maio de 2022, o percentual subiu de 2% para 12,75% ao ano. A tendência é de que essa alta continue.

O professor Rogério Ribeiro, economista do campus de Apucarana da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), afirma que ata do Copom já “preparou o terreno” para uma nova alta da Selic no futuro próximo. “Eu acredito que vamos chegar a uma taxa de juros de 13,75% até o final do ano”, projeta o economista.

Rogério Ribeiro assinala que o aumento dos juros é um reflexo da disparada da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já está acumulado em 12,13% nos últimos 12 meses. 

“O crédito mais caro inibe o consumo e isso impacta o comércio, que vai vender menos, e a indústria, que também irá produzir menos”, explica o economista.

Os empresários estão preocupados. “Com essa taxa de juros a 12,75% ao ano, ninguém consegue fazer financiamentos. Além disso, o custo das empresas aumentou muito desde o início da pandemia. As matérias-primas e mercadorias estão muito mais caras. Em alguns casos, o aumento foi entre 40% e 50%, dificultando novos investimentos. Os empresários até querem investir, mas no atual cenário não é possível”, afirma o presidente da Acia, Wanderlei Faganello.

Segundo ele, a entidade está iniciando conversas com a Prefeitura e outras entidades representativas em busca de apoio para os empresários. Uma das ideias na mesa é a criação de um fundo, que possa servir de “seguro” para que os empresários consigam créditos em condições mais favoráveis.

O secretário de Indústria e Comércio de Apucarana, Edison Peres Estrope, afirma que o poder público municipal está dialogando com empresários e instituições bancárias, visando encontrar maneiras de apoiar o empresariado nesse momento de retração econômica.

Por conta desse cenário, Estrope assinala que alguns empresários estão adiando alguns investimentos. Um dos exemplos é o Parque Industrial da Juruba, na região Sul da cidade.

Segundo ele, 28 empresas têm lotes cedidos pré-aprovados e devem deixar o início do processo de instalação para o segundo semestre, aguardando os desdobramentos do cenário econômico. Duas empresas iniciam as obras em junho e uma está finalizando a construção.

Por Fernando Klein