Preço da carne dispara e gera preocupação para festas de final de ano

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 07/11/2024
Cortes bovinos ficaram até 30% mais caros nos açougues de Apucarana

O quilo da carne ficou, em média, 15% mais caro no período de um mês em Apucarana (PR). A tendência é que o preço aumente ainda mais neste fim de ano, gerando preocupação entre os consumidores para as festas de Natal e Ano-Novo. Dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) mostram que no comparativo com o ano passado o aumento é ainda maior, de até 50% no preço pago pelos atacadistas.

Conforme a Seab, em novembro do ano passado o quilo do suíno custava R$ 6,3, valor que subiu para R$ 9,4 na cotação desta quarta-feira (06), acréscimo de 49% no período. Já a arroba do boi gordo passou de R$ 230,5 para R$ 304,57 na cotação de quarta, alta de 32%.

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A escalada nos preços tem como principais fatores o aumento na exportação de carne do Brasil para outros países, somada a alta no dólar e ao período de estiagem que reduziu a oferta do produto no mercado nacional. “A tendência é que os preços subam ainda mais com o aumento do consumo de fim de ano”, adianta o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) de Apucarana, Adriano Nunomura. 

No açougue do empresário João Gimeni, o preço do quilo da carne suína passou de R$ 9,7 para R$ 14,5, aumento de quase 50%. Já o quilo da carne de boi ficou até 30% mais caro, enquanto o frango até 20%. “Não há como precisar qual corte ficou mais caro, pois a alta foi geral”, comenta.

De todos os fatores que contribuíram para a elevação nos custos, Gimeni acredita que a falta de produto no mercado interno é a que mais tem interferência nos preços. “Tenho contato com colegas do ramo que informaram sobre a falta de boi gordo para abate”, comenta.

Já a empresária Eliane Aparecida Querubim, proprietária de um açougue em Apucarana, passou a pagar 34% mais caro pelo preço da carne de boi, entretanto, optou por absorver parte do aumento e repassar apenas 15% para o consumidor. Em virtude do encarecimento, as ofertas estão mais raras no estabelecimento.

“Há um ano a gente conseguia colocar todas as carnes em oferta. Hoje está mais difícil de ter oferta, pois nosso lucro caiu, porque não repassei essa alta para os fregueses”, justifica.

Por enquanto, as vendas nos estabelecimentos consultados ainda não foram afetadas pela alta nos preços, pois segundo os empresários, o fim de ano costuma aquecer o comércio de forma geral. “Ainda não caiu, pois tem o pagamento do 13º salário. Mas se os preços continuarem assim, acredito que as vendas vão cair em janeiro”, opina Elaine.

Exportações e dólar impactam no mercado interno

Com as exportações em alta, os preços devem continuar pressionados no mercado interno. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), setembro foi o melhor mês para a exportação de carne suína paranaense desde 1997, quando se iniciou a série histórica do Agrostat, plataforma que acompanha o setor agropecuário no comércio exterior, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Foram enviadas cerca de 18,6 mil toneladas para o Exterior, com receita de US$ 47,7 milhões. No mesmo mês de 2023 o Paraná tinha vendido 17,1 mil toneladas, ou 9% a menos que neste ano, enquanto o volume arrecadado foi de US$ 36,5 milhões, representando 25% a menos.

A desvalorização do real, as exportações recorde e a oferta limitada de animais no mercado interno provocaram fortes altas nos principais cortes bovinos nos mercados paranaenses. Com exceção da carne moída de primeira e da paleta com osso, todos os cortes pesquisados pelo Deral apresentaram aumento expressivo.

A estimativa é que os preços permaneçam em patamares mais elevados no médio prazo.

Escrito por Cindy Santos com Agência Estadual de Notícias (AEN)