Há, realmente, um vulcão sob a Catedral Nossa de Lourdes, em Apucarana? A resposta a essa pergunta, que integra o imaginário apucaranense há décadas, é respondida em um trabalho inédito realizado pela professora de Geografia, Maria do Carmo Carvalho Faria, como tese de doutorado: o Atlas Municipal Escolar Histórico, Geográfico e Ambiental de Apucarana.
O trabalho, de 151 páginas, é apresentado pela autora como a pesquisa mais completa e abrangente já realizada no município envolvendo história, geografia e ambiente. Agora, a professora negocia a utilização do atlas em todas as escolas municipais de Apucarana como ferramenta pedagógica.O vulcão não é necessariamente uma lenda, tampouco está prestes a entrar em erupção. A professora explica na pesquisa que, na verdade, o solo de Apucarana está inserido no período geológico de formação Jurássico-Cretáceo, entre 142 e 65 milhões de anos atrás.
Professora de Geografia, Maria do Carmo Carvalho Faria - Foto - Tribuna do Norte
“Nesse período ocorreu intenso vulcanismo e derrame de lavas, originando basalto, que se espalhou por vasta área, por meio de fendas abertas na superfície terrestre. A decomposição do basalto deu origem aos solos férteis conhecidos como 'terra roxa'”, explica Maria do Carmo no tópico “solos” do atlas.O solo vulcânico, na verdade, está presente em todo o município e não apenas sob a Catedral Nossa Senhora de Lourdes no centro.
"É a nossa terra roxa", diz. Segundo a professora, esse tipo de relevo pode ser encontrado numa faixa de terras que vai do Sul do Estado de São Paulo até a região Noroeste do Paraná. Apucarana fica no meio de uma placa tectônica e um vulcão para eventualmente entrar em atividade precisaria estar entre placas tectônicas. "A pergunta sobre o 'vulcão da catedral' é muito comum e sempre aparece na sala de aula", comenta.
ANÁLISE JURÍDICA - A professora Marli Regina Fernandes da Silva, secretária de Educação de Apucarana, afirma que a intenção do município é incluir o atlas no material pedagógico da rede municipal já em 2016. “Sou favorável à compra (do material), mas essa possibilidade está sendo avaliada pelo departamento jurídico da Prefeitura”, diz. Ela elogia o trabalho. “No currículo, os alunos estudam o município do 1º ao 5º anos, e esse atlas é ótimo, porque trabalha especificamente Apucarana. É algo inovador e que falta nas bibliotecas das escolas do município. A intenção é, sim, usá-lo no próximo ano letivo”, informa a secretária.
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