Após perder filho, mãe encontra forças na dor para fazer bem ao próximo

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 08/03/2021
Após perder filho, mãe encontra forças na dor para fazer bem ao próximo

Após perder o filho há 11 anos, a apucaranense Luisa Kanno encontrou na dor, forças para ajudar os mais necessitados. Ela iniciou um projeto na paróquia que frequenta e oferece marmitas aos moradores de rua.

Luisa atualmente é biomédica aposentada e encontrou em Deus o amparo para seguir em frente após o falecimento do filho. "Meu mundo desabou, nenhuma mãe nasceu para enterrar um filho, perder um filho é uma ferida que não cicatriza, é uma das piores dores que alguém pode suportar. Me apaguei muito a Deus, na época era coordenadora da pastoral da promoção humana, da Paróquia Cristo Profeta, e já ajudávamos os mais necessitados com cestas básicas, medicamentos", conta.

A biomédica disse que em uma noite muita fria, em 2016, um amigo ligou pedindo uma coberta de doação, e percebeu que somente um cobertor não bastava. Ela nunca vai esquecer o que sentiu quando entregou a primeira marmita. "No dia seguinte era um domingo, no final da missa convidei umas amigas para fazer um sopão e entregar aos moradores de rua. Em cinco pessoas preparamos tudo e saímos era por volta das 23h, foi uma experiência inesquecível, um frio intenso, os irmãos dormindo no chão com muito frio, fome, fiquei mal por uma semana, chorei muito e desde então continuo fazendo marmitas", relembra.

Luisa conta que alguns moradores de rua gostam tanto dela, que a chamam carinhosamente de mãe. "Conheço cada um pelo nome, alguns me chamam até de mãe. Hoje não sou mais coordenadora da pastoral, mas o projeto continua, em toda segunda-feira nos reunimos e entregamos aproximadamente 80 marmitas", detalha. 

Muito reservada, Luisa prefere o anonimato, mas neste dia das mulheres (8), ela serve de inspiração e aceitou contar um pouco de sua história, para mostrar que mesmo carregando uma dor imensa no coração, existe sempre motivos para se fazer o bem. "A lição que eu levo para a minha vida, é sempre me fazer pequenina, humilde e sempre confiar cegamento no Pai. Só Deus pode julgar, ele nos mostra o caminho que devemos percorrer, sempre existe o perdão, o amor sem limites, Deus nos escolheu para ser luz para o próximo, nunca abandonar os que precisam do nosso apoio e orientação. Assim a gente segue o nosso trabalho, esse projeto maravilhoso que cresceu e atingiu outras paróquias, pessoas, grupos. Não vou dizer que estou em paz, perder um filho não é fácil, dói muito, mas em Deus encontramos força necessária para continuar seguindo", finaliza.