A economia internacional da pós pandemia de coronavírus, tende a passar por novas articulações e rearranjos para sua hegemonia. Em relação à União Europeia o aporte de recursos na pós pandemia vai definir a sua posição de importância no Mercado Global. Estima-se que os aportes de recuperação da União Europeia possam ser os maiores entre as regiões organizadas em blocos. Da parte dos Estados Unidos, existe grande incerteza, em relação à reeleição da atual gestão. Algumas economias e nações se assemelham à americana, em função da demora do reconhecimento da problemática da pandemia e de seus reflexos na economia. A baixa resolução de preparação para o enfrentamento da pandemia – quanto à saúde pública – tem colocado algumas economias em cheque em relação à sua rápida recuperação, uma vez que sem saúde não se tem economia livre para expansão.
No caso americano, a retração econômica do ano corrente pode comprometer a sua trajetória competitiva, como importante jogador mundial que é. Algumas economias têm surpreendido em relação à sua recuperação no pós pandemia. Não se pode, entretanto, dizer que isso ocorrerá no caso americano, uma vez que os embates, por meio de retaliações, tendem a se configurar como uma prática cada vez mais usual. Isso pode impactar nas vendas externas para diversos parceiros, o que pode comprometer os aspectos de recuperação e competição de longo prazo.
Economias como da Alemanha, com seus aparatos produtivos voltados para o mercado externo, inicialmente possuem dificuldades em se firmarem, visto que precisarão buscar novos mercados, para retornarem ao seu ponto de venda anterior à pandemia. Esta é o tipo de economia que depende mais fortemente de uma solidez da economia mundial como um todo, ao mesmo tempo em que depende da aplicação e, da intensificação de forte aporte tecnológico em suas cadeias produtivas, a fim de manter seu aporte competitivo em relação aos produtos de alta tecnologia.
As economias que conseguirem manter sua estabilidade, inclusive do ponto de vista institucional, sem grandes abalos, para rapidamente retornarem aos seus planejamentos macroeconômicos, assim que a pandemia expirar, tendem a sair na frente em relação ao processo competitivo mundial. Por outro lado, as economias que abandonarem o processo de planejamento, para o crescimento e o desenvolvimento, tanto nacional quanto do ponto de vista da Integração regional em blocos, que elevem o processo de cooperação para a recuperação, tendem a ter mais dificuldades na retomada do processo de crescimento e desenvolvimento econômico na expiração da pandemia, uma vez que a desintegração da cooperação tende elevar as perdas e rachas no mercado mundial.
Diante desse contexto, de algumas tendências se intensificarem no processo pós pandemia, algumas economias, tendem cada vez mais a se voltarem para dentro, isso pode ser importante do ponto de vista do planejamento para valorização das cadeias produtivas internas e da manutenção das Integrações regionais, mas tende a ser desvantajoso, em relação às cooperações para o mercado mundial e as trocas de intensificações de aportes tecnológicos entre as nações. Além de que reconectar parcerias pode levar tempo e custar mais caro.
Logo, a crise de coronavírus pode gerar outras crises às economias que não se prepararem, para a retomada no pós pandemia, com planejamento e intensificação da cooperação entre as nações. Esse planejamento, se não for adequadamente costurado entre as economias, poderá gerar novos rachas e efeitos danosos para o comércio internacional e o crescimento regional, principalmente para os países que padecem do subdesenvolvimento e, precisam manter seu pequeno aporte de competição internacional existente.
Economias como China, Índia e a japonesa podem se recuperar mais rapidamente, se ainda mantiverem seu aporte de planejamento e de coesão institucional, o que pode lhes facilitar decisões rápidas diante de um mercado em franca concorrência. Ao que parece, as economias inicialmente se voltarão para dentro, mas ao primeiro sinal de necessidade de cooperação para ampliarem seu aporte de competição no mercado mundial, estarão novamente juntas, principalmente as antigas do primeiro mundo, com exceção de Inglaterra e Estados Unidos, que ainda devem sofrer, ao longo do caminho, até encontrarem um modelo ajustado às suas pretensões. Esta é uma visão de longo prazo para o mundo.
Em relação ao Brasil e a América Latina, as políticas reducionistas encomendadas, não darão conta de reduzir a pobreza, mas sim, tendem a agravar a criação de empregos e a estabilidade empregatícia, sem integração e sem aporte de investimentos públicos e o reconhecimento da necessidade de participação do estado para reparar crises e gerar recuperação. O resultado tende a ser que as empresas terão que conviver com um mercado consumidor aniquilado e minguado, por um longo período de tempo, enquanto o desemprego pode não baixar dos 10% pelos próximos quatro anos. Uma reforma tributária para simplificação dos tributos tende a ser bem-vinda, mas uma reforma tributária que aumenta a tributação do Imposto de Renda – retirando deduções – e que cria novos impostos semelhante à CPMF, tende a não ter o apoio da maioria do empresariado nacional. Isso significa que a economia empresarial precisa se reinventar, e que, MEIs, Micro e Pequenas Empresas, terão que fazer ainda mais malabarismos para sobreviverem, integrando a sua experiência aos novos aportes tecnológicos que atualmente surgem e estão se firmando no mercado.