A política de crescimento macro e micro regional é a que sempre estimula o crescimento e o desenvolvimento econômico, utilizando instrumentos que estão alinhados a uma estrutura de política nacional, na promoção do crescimento da renda e de sua distribuição, envolvendo os atores locais e regionais. Para a política econômica local, regional, mesorregional e nacional, o importante é oferecer respostas aos anseios locais regionais em resultados positivos, conferindo a essas regiões o crescimento econômico e a evolução de um ciclo após outro.
Como tudo na vida deve ter equilíbrio, o planejamento para o desenvolvimento local, regional e nacional também deve ser equilibrado, notadamente na questão da distribuição de recursos, logicamente que nem todas as regiões oferecem uma mesma resposta, cada região tem as suas particularidades, possuem suas vantagens comparativas e desvantagens. O planejamento é para exaltar as vantagens comparativas e compensar as desvantagens, fazendo com que todas as regiões melhorem suas condições de competitividade, coloquem os agentes econômicos em condições de se sobressair no seu mercado regional, nacional e contribuam com o mercado externo por meio de exportações.
O papel das micro e macro regiões é estritamente importante, porque é necessário decidir: o que fazer, em que dar prioridade e em que local onde aplicar os recursos e, onde esses recursos podem oferecer as melhores respostas, em favor do crescimento e do desenvolvimento econômico, valorizando sempre a vocação produtiva de cada região ou microrregião. A aplicação de recursos precisa verificar o que será afetado e onde será e qual é a proporção dos impactos positivos, ou negativos, principalmente em relação ao meio ambiente onde a consciência popular já não tolera mais erros.
Economias avançadas são mais orientadas para o mercado e para o mercado externo, porque já alcançaram um alto grau de maturidade produtiva, tecnológico e já conseguem produzir e se reproduzir e, disseminar ensinamentos às demais, com forte influência de seu padrão de concorrência nas demais economias que as cercam, ou que se inter-relacionam com ela. Nas economias subdesenvolvidas de menor desenvolvimento - tudo está por fazer, são grandes as mazelas e desequilíbrios - o planejamento impacta fortemente e deve decidir onde e em que local aplicar esses recursos, bem como a escolha desses locais; se seus recursos serão aplicados de forma heterogênea, ou não. Quase sempre o mercado interno é o fosso de um quadro de demanda, ou a insuficiência desse quadro de demanda; a taxa de crescimento da demanda quase sempre nos países subdesenvolvidos penaliza ainda mais a taxa de crescimento da produção.
A produção, puxada pelas máquinas e equipamentos, tende a ficar ociosa por longos períodos em virtude de crises internas, prejudicados por desajustes políticos econômicos, ou porque a micro, a macrorregião, ou o país não consegue acender a um padrão médio de desenvolvimento, que permita a efetiva produção com maiores níveis de tecnologia e, por isso, as economias ficam deprimidas e não conseguem alcançar o padrão de desenvolvimento das demais à sua volta. Elas tendem a ficar por longos anos, ou períodos de tempo "correndo atrás do rabo do cachorro". Nesse ponto, o que pode quebrar a extensa barreira é sem dúvida o crescimento do avanço técnico, a decisão de países ou regiões que se propuseram em primeira mão a fazer uma opção pela educação e elevar os níveis técnicos gerais de sua população, permitindo-lhes que no longo prazo acessassem um patamar de economias desenvolvidas e prosperassem vencendo o fosso da demanda e da ociosidade produtiva.
Por outro lado, algumas micro e macro regiões oferecem importantes respostas quando as escolhas são bem calibradas e acompanhadas, e refletem a efetiva proposta da região, quanto às suas habilidades produtivas e suas capacidades bem articuladas de vantagens comparativas. As taxas de crescimento da produção per capita parecem bastante relacionadas, verificando-se que a criação de riquezas tem estreita relação com a presença de um mercado forte de consumo. Quando esse mercado não se sustenta, a taxa de renda per capita e a taxa de demanda tendem a se deprimir e a levar junto a esperança de expansão dos ciclos futuros.
O planejamento macro e microeconômico regional, entretanto, seguem sendo de fundamental importância para vencer os fracassos de crises internas ou externas, que estão sempre a rondar e a penalizar o processo de crescimento, a evolução da demanda e da renda per capita. Este é um processo que não acaba nunca e, as diferenças aparecem no padrão de desenvolvimento das micro e macro regiões e, dos países quando comparados entre si.
Texto por Paulo Cruz Correia.