Todos os dias, somos bombardeados por notícias ruins que nos mostram o lado mais sombrio da humanidade. Violência, corrupção, injustiça, desigualdade, intolerância, destruição ambiental, entre tantas outras mazelas que afligem o nosso mundo. Essas notícias nos causam indignação, tristeza, revolta, medo, desesperança e até mesmo apatia. Nesta semana notícias sobre a Faixa de Gaza reacenderam a discussão que parecia esquecida, ainda que a guerra seja a mesma há dezenas de anos. Há dois dias uma denúncia sobre casos de exploração de crianças na Ilha de Marajó mostrou o lado mais podre do ser humano. E essas são só as “grandes” notícias, mas existem tantas outras que digladiam pela nossa atenção. Agora a pergunta, caro leitor e leitora: “Como podemos lidar com tanta negatividade e não perder a fé na humanidade?”
Uma possível resposta é buscar o equilíbrio entre a informação e a reflexão. Não podemos nos alienar da realidade, mas também não podemos nos deixar consumir por ela. Precisamos estar conscientes dos problemas que enfrentamos, mas também das soluções que podemos encontrar. Precisamos reconhecer a ignomínia humana, mas também a sua grandeza. Precisamos denunciar o que está errado, mas também celebrar o que está certo. É difícil, eu sei, mas não podemos nos deixar levar pela multidão. Na internet é fácil entrar e acabar com as pessoas e suas vidas, ou mesmo criticar coisas que não se conhece, já que tudo parece anônimo e sem castigo. Seja pelo menos crítico antes de despejar ódio ou seus preconceitos, pois isso também mata.
Precisamos de uma imprensa livre, ética e plural, que nos informe com responsabilidade, veracidade e diversidade. Precisamos de uma educação crítica, humanista e cidadã, que nos forme com valores, conhecimentos e habilidades. Precisamos de uma cultura de paz, diálogo e solidariedade, que nos inspire com exemplos, ideias e ações. Precisamos de uma sociedade civil ativa, participativa e democrática, que nos mobilize com causas, projetos e movimentos.
As notícias ruins e a ignomínia humana existem, mas não são as únicas nem as definitivas. Há também notícias boas e a nobreza humana, que muitas vezes passam despercebidas ou são minimizadas. Há também pessoas que fazem a diferença, que lutam por um mundo melhor, que transformam sonhos em realidade. Há também esperança, que nos motiva a seguir em frente, a superar os desafios, a mudar as coisas. Há também você, que pode ser um agente de mudança, que pode fazer parte da solução, que pode escrever a sua própria história. Eu sei caro leitor que a vida nem sempre é fácil, mas escolha bem de onde você tira suas informações, seja crítico e seja parte da solução, pois o mundo já tem problema demais.
PS: na semana que minha filha Anna faz 9 anos e meu filho João completa 4, eu prefiro ver o mundo colorido ou lutar para que seja assim para eles.