Empreender é um verbo muito importante. E muito falado nos últimos anos, muitas vezes falado pelo motivo errado, por isso, precisamos ter uma conversa sobre.
Para começo de conversa, vamos começar definindo o que é "Empreendedorismo". Vamos buscar o conceito através do tempo. A primeira vez que se usou a palavra foi no Século XVII, na França, ela estava ligada a expedições militares e significava: "assumir empreitada que exigia esforço e muito empenho". Desde então, o mundo mudou, tivemos menos guerra, a sociedade floresceu, com ela as necessidades, muitos negócios tiveram que ser criados e "empreendedorismo" continuou a ter o mesmo significado, mas, o foco mudava.
Com o advento da internet, na verdade, após massificação da mesma, a criação de negócios deixou de ser exclusiva daquele que tinha muito dinheiro e passou a ser também uma opção para aquele que tinha uma ótima ideia de negócios e podia usar a internet como meio de encontrar parceiros, um meio de distribuição, meio de vendas e até um meio de se comunicar com um público específico.
Esse “novo mundo”que a internet possibilitou, fez com que surgissem pessoas interessadas em ganhar dinheiro fácil. Nesse grupo podemos criar duas sub-classificações : (1) Pessoas espertas no mau sentido e (2)Pessoas que se acham espertas.
Definindo o conceito – de empreendedorismo – , contextualizando-o “brevemente” e mostrando os arquétipos surgidos, agora responderemos a pergunta: Por que devemos parar de glamourizar o empreendedorismo?
Hoje em dia, o Empreendedor é aquele (a) que está disposto a tirar uma ideia de negócios da cabeça e colocá-la em prática, assumindo uma empreitada que exige esforço e muito empenho. Nessa simples definição, fica claro que um empreendedor é muito mais “ação” do que “pensamentos”.
O que acontece é que o arquétipo definido acima – (1) Pessoas espertas no mau sentido – viram nisso um filão: tirar o empreendedorismo do status de “mola propulsora” do desenvolvimento de negócio e transformá-lo em “moda”, criando um sentimento de urgência, onde você precisa participar, porque se não… você está por fora da tendência. E claro, transformando isso em moda, criação de nichos de mercado proliferam: cursos para te ensinar a empreender; para desbloquear a criatividade; para ser um high stakes (sim, usar termos em inglês valoriza); para ser um empreendedor serial etc etc.
E claro que todo o mercado acima citado é criado para atrair o arquétipo (2)Pessoas que se acham espertas, aquelas pessoas que acham que descobriram um filão e após investir alguns reais nesses cursos acima, estarão aptas a serem empreendedores.
Agora, vou ter que contar uma real: ser empreendedor, seguindo o raciocínio, é aquela pessoa que vai tirar uma ideia do papel e transformar em ação, trocando em miúdos: ele é um empresário. Sim, diminui o glamour, não é mesmo?!
Eu, particularmente, sou um fervoroso defensor de pessoas empreendedoras, mas, não gosto de tentar dizer que é fácil, porque dizer isso causa ansiedade e frustração, quando as pessoas estão na empreitada e como todo negócio pode gerar perdas financeiras. Ser empresário iniciante, é entender que você vai trabalhar mais que todo mundo que você vai contratar, provavelmente não vai ter férias, muitas vezes vai ganhar um salário menor do que você imaginava, vai lidar com pressão o tempo inteiro, vai ter que ser o gerente-limpeza-produção-compras-marketing-financeiro-RH e ainda vai ter um sócio oculto: o governo! (Por que, sim, você paga muito imposto como empresário, independente do seu ramo.)
Portanto, não são todas as pessoas que têm um perfil empreendedor. Se você não se enquadra nesse perfil, não se preocupe! Você não vai estar fora da moda, você pode continuar a se preparar e desenvolver sua função na empresa em que trabalha de uma maneira maior do que usualmente exigem de você, você pode empreender dentro da sua própria função: ser um intraempreendedor. (Escreverei sobre isso depois, ok?!)P.S – Existem muitas coisas boas na internet (cursos) para quem quer empreender, mas, é necessário filtrar.