Começo esse texto com uma pequena história sobre Arthur Schopenhauer, que foi um filósofo alemão do século XIX. Sua teoria filosófica abordou diversos temas relacionados com a existência humana e seus estudos estiveram apoiados em diversos assuntos, como a metafísica, a ética, a moral.
Schopenhauer caminhava por uma rua de Dresden, procurando respostas para questões que o angustiavam. De repente, resolveu parar por ali, em um jardim, observando por horas as flores. Então um dos vizinhos notou o comportamento estranho daquele senhor e chamou as autoridades. Minutos depois, um policial se aproxima e com a voz firme pergunta quem ele era? Olhando o policial, bem à sua frente, de baixo para cima, respondeu: “se o senhor souber responder esta pergunta, eu lhe serei eternamente grato.”
Em um dia cheio de estudos, quando fiz uma das pausas para descansar os pensamentos, bati os olhos em uma pilha de livros e peguei o primeiro para dar uma olhada. Com o objetivo de trocar as leituras técnicas por uma de descontração, a primeira página que abro, me deparo com essa história que se encontra no livro Maktub de Paulo Coelho (1994).
Algumas pessoas, e penso que muitos de vocês leitores, já passaram por algum momento como esse do senhor Shopennhauer. Quantas vezes nos deparamos com momentos em nossas vidas em que nos perdemos de nós mesmo.
Passamos por tantas mudanças ao longo da vida que, muitas vezes, não sabemos mais nem o que gostamos de assistir, e se gostamos de assistir algo; o que gostamos de fazer em um sábado a noite, sem ter que aceitar convites por convenções sociais; se as pessoas que convivemos realmente nos fazem bem ou partilhamos de momentos, por situação as quais não conseguimos mais ter a escolha, como em reuniões de trabalho, encontro com amigos e que outras estão; enfim, tantos momentos que seguimos e nem sempre escolhemos.
Você sabe realmente quem você é? Sem te conhecer posso dizer que você é um entre 6,4 bilhões de indivíduos, pertencente a uma única espécie, entre outras três milhões de espécies classificadas, que vive num planeta, que gira em torno de uma estrela, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer em algum momento.
Além dessa informação baseada em dados científicos, o que mais você é capaz de dizer sobre você? Sua história, momentos inesquecíveis, dores, amores, amizades verdadeiras, amizades inesperadas, desilusões, decepções, sua personalidade, o que faz, como faz, quando faz, do que gostava e não gosta mais. Todas essas informações e muito mais, o tornam único nessa imensidão em que existimos.
É necessário muitas vezes nos perder, para então encontrarmos a nossa melhor versão. Aquele momento relatado da vida de Shopenhauer é muito mais comum que imaginamos, muitos se sentem perdidos, sentindo sem sentido, às vezes desorientados. Mas quando tudo passa e boa parte dos questionamentos são respondidos, a calmaria vem, podendo muitas vezes demorar anos, e quando a ela vem, determinamos importantes fatos que mudam nossos caminhos.
Mas uma das certezas que a vida sempre nos deixa clara, é que tudo é cíclico.
Momentos de dúvida, de certeza, de tempestade, de calmaria, sempre existirão e voltarão na vida de todo ser humano. Aproveite para que em cada momento você consiga conhecer a si mesmo!