Nessa semana viralizou nas redes sociais um vídeo onde 3 estudantes do curso de biomedicina, em uma faculdade particular do município de Bauru, no estado de São Paulo, debocham de uma colega de classe que possui 40 anos.
Na fala das meninas, a referida mulher deveria estar “aposentada” e não cursando uma faculdade. Diante de sentimentos conflituosos, me senti particularmente tocada pela fala das garotas e brutalmente atacada, uma vez que muitas de minhas alunas e alunos na graduação e pós-graduação estão nessa faixa etária ou mais.
Gostaria de dizer que muitas de nós, mulheres, e homens também, não tiveram na adolescência o apoio financeiro e moral para chegar a cursar uma faculdade. Muitos de nós fomos inundados pela necessidade de buscar o nosso próprio sustento, consciente de que nossas famílias necessitam de apoio. Muitos deixaram seus sonhos guardados em um cantinho e construíram uma história capaz de poder resgatá-lo em momento mais oportuno. Outros tantos iniciaram carreiras que não ofereceram a satisfação e realização almejada e se dedicaram a buscar novos caminhos.
O fato é que além das questões pessoais ainda temos os agravantes que impedem que uma pessoa chegue a universidade no Brasil. A desigualdade de oportunidade, a necessidade de trabalhar para se sustentar e a concentração de renda nas mãos de uma minoria que ainda vê a universidade como um ambiente reservado aos jovens de elite.
Pois bem, a virada do século XX para o XXI derrubou essas premissas e só tem a se frustrar aqueles que não entenderem que estaremos na universidade, no mercado de trabalho, na mídia, nos ambientes sociais e afins! Estaremos aos 40, aos 50, 60, 70 e tantos quantos forem os anos que viveremos nessa terra comum!
Que não haja mais espaço para o preconceito e discriminação e que o medo jamais impeça de estarmos onde queremos estar!
Diante de uma atitude de preconceito e discriminação de qualquer natureza, DISQUE 100.