Seja como ponto turístico, para visitas esporádicas, ou como quintal de casa, com frequência diária, o Lago Jaboti é um verdadeiro “xodó” para os apucaranenses. Há quem utilize o espaço para atividades físicas, outros para passeios em família, alguns para espairecer as ideias com uma pescaria, e há ainda aqueles que querem apenas admirar a natureza e fotografar as belas paisagens ou, ainda, dar uma repaginada nas suas redes sociais, já que o parque público é bastante utilizado como cenário não apenas de piqueniques, mas também de ensaios fotográficos. Seja como for, o fato é que o local se tornou um dos principais atrativos da cidade alta, ao longo desses 40 anos de existência.
A empresária Rossana Heloísa Brosso Said é prova viva disso. Ela define o Lago Jaboti como uma extensão da própria casa. Rossana realiza passeios diários com cachorrinho Luke, que também adora o local, e está sempre por perto. Além disso, ela também utiliza o espaço para correr.
“Frequento o lago há uns 20 anos, mas intensifiquei as visitas durante a pandemia. Para mim, meus passeios diários são terapia, sempre corro 10 quilômetros. Às vezes gosto de ir sozinha, ouvindo música, mas minha família, marido e filhas também vão sempre para fazer caminhada. O meu cachorrinho Luke também sempre está comigo”, disse.
Rossana diz que admira a beleza do lugar, que sempre se renova, e que se exercitando ali, acaba fazendo novas amizades.
“Amo o Jaboti, para mim é o lugar mais lindo da cidade! Me sinto privilegiada de morar aqui pertinho. Aqui fazemos amizades com os frequentadores, todos os dias eu tiro uma foto do lago, posto no meu Instagram, e cada dia é uma paisagem diferente. Realmente amo esse lugar”, finaliza.
Outro frequentador do local é o atleta e campeão paraolímpico Giovane Vieira. Ele conta que o Jaboti sempre foi um espaço especial para ele e hoje, poder usar o lago para seus treinamentos o deixa muito feliz e agradecido. “Estar no esporte sempre foi um dos meus sonhos e para mim ter a oportunidade de treinar na minha cidade foi incrível. Ter um espaço feito pensando em minhas necessidades foi uma experiência muito boa. Estou treinando com a equipe em São Paulo em preparação para seletiva dos Jogos de 2024, mas saber que na minha cidade tem um local onde eu posso treinar quando não estiver com a equipe me faz se sentir muito feliz e agradecido”, diz o atleta.
O lago foi construído em uma área total de 230,8 mil metros quadrados. Apenas a represa tem 150 mil m², com 700 metros de comprimento. A largura média é de 200 metros e o volume de água chega a 757 mil m³. A barragem tem 23 metros de altura, com comprimento de crista de 273 metros.
De ‘buracão’ a ponto turístico
A inauguração do Lago Jaboti aconteceu em 30 de janeiro de 1983, em meio às comemorações do aniversário de 39 anos do município. A obra foi entregue em um domingo, no penúltimo dia de mandato do então prefeito Voldimir Mirão Maistrovicz.
Uma verdadeira festa foi preparada para a população, com voos rasantes da Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea Brasileira (FAB). Os aviões Neiva T-25 se aproximaram por volta das 15 horas, vindos da base de Pirassununga (SP). O público vibrou com a apresentação, que durou poucos minutos, pois haviam muitas nuvens de chuva no céu. Sua construção foi uma ousadia para a época. Na época, a obra custou 300 milhões de cruzeiros com recursos do programa Cura II, do Banco Nacional de Habitação (BNH). O ex-prefeito Voldimir Mirão Maistrovicz não esconde o orgulho dessa obra. Ele lembra que o programa Cura II tinha como objetivo urbanizar toda aquela região acima da Associação Cultural e Esportiva de Apucarana (Acea), que sofria com a erosão.
Conhecido pelos moradores como “buracão da Vila Brasil”, o local onde hoje fica o Lago Jaboti era conhecido pela lama. “Quando chovia nos bailes e festas da Acea, as pessoas chegavam a abandonar os carros, tamanha a lama que ficava naquela região da cidade”, comenta Mirão.
Além disso, o ex-prefeito lembra que outro objetivo da construção de toda essa estrutura, era criar em Apucarana, aquilo que era chamado na época de “indústria moderna” – o turismo.
“A ideia era transformar aquela obra no cartão postal da cidade. Deu certo. Hoje, vejo como o Lago Jaboti foi uma obra importante, se tornou símbolo da cidade, uma coisa que ficou marcada para sempre. Me sinto realizado por fazer parte dessa história. Já faz 40 anos? Parece que foi ontem”, brinca Mirão.
Curiosidades
Lago Vazio
Esvaziamento do lago teve ampla cobertura da mídia
Em julho de 1996, o Lago Jaboti foi esvaziado pela primeira – e única – vez por causa de um ato de vandalismo. Uma das comportas foi destruída na primeira semana de julho e, no dia 12 daquele mês, o lago ficou completamente sem água. A cena chamou atenção dos moradores e atraiu dezenas de pessoas que foram buscar peixes de 40, 50 e até 60 quilos, a maioria carpas, tilápias e também lambaris que foram povoados no local ainda em 1983. As fotos do episódio, com apucaranenses carregando enormes peixes nos braços, até hoje estão na lembrança dos moradores mais antigos.
Tempo real
O Lago Jaboti, bem como outros pontos turísticos de Apucarana, caso da Praça Mauá e Parque da Raposa, pode ser conferido de qualquer lugar do planeta no site Visite Apucarana, plataforma que funciona no endereço eletrônico da Prefeitura e disponibiliza imagens em tempo real de uma câmera instalada no parque.
https://www.visiteapucarana.com.br/ao-vivo/
Painel
Instalado em 2019 para comemorar os 75 anos de Apucarana, o painel Turístico “Eu AmoApucarana” virou uma atração à parte no parque. O letreiro foi montado de frente para o lago. As letras em material metálico, com 40 centímetros de espessura, estão fixadas sobre o piso de concreto, com 2,5 metros de altura por 9 metros de comprimento. O local está entre os mais visitados do parque.
Por, Aline Andrade